Após ameaçar jornalistas e atacar veículos de imprensa, entre eles o grupo da família Frias, desde à época em que era um deputado marginal até quando foi alçado à Presidência, Jair Bolsonaro (PL) publicou uma mensagem nas redes sociais na noite desta quarta-feira (4) em que diz ser um "defensor intransigente da liberdade de imprensa" para sair em defesa da Folha de S.Paulo.
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Cada dia mais alinhada ao neofascismo ultraliberal e a Bolsonaro, que chegou a publicar artigo defendendo a "democracia" após ser indiciado por golpe de Estado, o jornal da família alega que foi "excluída" da entrevista coletiva em que o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou que "há vários elementos" que apontam que o ex-presidente sabia da trama golpista.
Na publicação, Bolsonaro voltou a mentir - a exemplo do que fez no artigo na Folha - e se colocou como defensor da mídia neoliberal para defender a publicação da família Frias.
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"Por anos, fui injustamente chamado de fascista e acusado de autoritário, mas sempre fui um defensor intransigente da liberdade de imprensa. Mesmo discordando da linha editorial da Folha e criticando algumas de suas reportagens, jamais impedi qualquer veículo de realizar seu trabalho", choramingou.
Buscando aliados nas famílias que buscam dominar a "opinião pública" do país, se portando como porta-vozes do sistema financeiro, Bolsonaro afirmou que hoje "a Folha é proibida de participar de coletivas, pessoas são presas por opiniões, deputados são indiciados por suas falas, e o escrutínio da imprensa é evitado a todo custo", propagando a narrativa de "ditadura" vendida pela ultradireita neofascista.
"A verdade é que o que vemos hoje no Brasil é um ataque sistemático a todos os pilares da democracia: a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa, a imunidade parlamentar, a soberania popular... Uma a uma, as garantias constitucionais mais importantes estão sendo relativizadas e até os direitos dos religiosos, como o sigilo sacerdotal, estão sendo violados. E isso tudo enquanto promovem um teatro e fingem defender a democracia contra ameaças que nunca existiram", segue Bolsonaro, repetindo o que já havia escrito no artigo publicado na Folha.
Abandonado por militares e pelo Centrão, o ex-presidente ainda faz um apelo para que não o abandonem.
"Não podemos continuar assistindo a tudo isso com indiferença. Esse tipo de coisa não é normal e não é aceitável. Se deixarmos nossas liberdades serem destruídas agora, nos arrependeremos amargamente no futuro", concluiu.