Em uma publicação surreal nas redes sociais, Jair Bolsonaro (PL) prestou uma "homenagem" surreal às mulheres nesta quinta-feira (7), véspera do Dia Internacional da Mulher, comemorado neste dia 8 de março.
Em um texto confuso, o ex-presidente inicia fazendo uma classificação extremamente conservadora da mulher, celebrando "a existência de quem junto com os homens, lado a lado, são responsáveis pela existência da família".
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Em seguida, Bolsonaro critica os "maldosos e oportunistas" que as colocam como "seres inferiores" e dispara uma colocação extremamente misógina: "São competentes tanto quanto qualquer homem".
Em devaneio, o presidente ainda tenta mirar o movimento feminista, considerado por ele como "vitmista".
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"MALDOSOS e OPORTUNISTAS são aqueles que as colocam como seres inferiores. São competentes tanto quanto qualquer homem, se destacando porque são boas no que fazem, não se importando com o DISCURSO VITIMISTA que infelizmente estampa os tablóides e pauta o POLITICAMENTE CORRETO, com único intuito de SEGREGAR PARA CONQUISTAR", escreveu.
Em 2021, a União foi condenada a pagar R$ 5 milhões em danos morais coletivos por declarações misóginas de Bolsonaro e seus ministros.
A decisão, confirmada pelo Tribunal de Justiça do estado um ano depois, é referente a um processo movido pelo Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP), que apontou que mensagens e pronunciamentos de agentes públicos da gestão federal continham caráter discriminatório e preconceituoso em relação às mulheres, impactando negativamente a sociedade brasileira.
Entre os exemplos citados pelo MPF de abuso da liberdade de expressão estavam:
- a declaração do presidente de que cada mulher no governo "equivale por dez homens";
- a declaração do presidente de que "o Brasil não pode ser o país do turismo gay", mas se alguém "quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade";
- a declaração do presidente de que o Brasil é uma "virgem que todo tarado de fora quer";
- a declaração do presidente em visita à Arábia Saudita de que "todo mundo gostaria de passar uma tarde com um príncipe, principalmente vocês, mulheres";
- a declaração do presidente sobre o apoio do presidente da Argentina, Alberto Fernández, ao aborto: "tá aí, povo argentino, lamento, é o que vocês merecem";
- a ofensa do presidente a uma repórter da "Folha de S. Paulo" com insinuações sexuais por uma matéria sobre disparo em massa de mensagens;
- a declaração da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, de que a mulher deve ser submissa ao homem no casamento;
- a declaração da ministra Damares Alves de que o abuso sexual de meninas na Ilha de Marajó, no Pará, se deve à falta de calcinhas;
- a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que a companheira do presidente da França "é feia mesmo";
- a declaração do ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, de que aborto não deve ser tratado como questão de saúde, e comparou o debate a "uma gilete dentro de um bolo".