Advogados de defesa do agente penitenciário Jorge José Guaranho, apoiador de Jair Bolsonaro (PL), que matou a tiros o guarda municipal Marcelo Arruda, abandonaram o Fórum de Foz do Iguaçu logo no início do julgamento, às 9h desta quinta-feira (4). Com a atitude, o júri popular foi adiado para 2 de maio.
Segundo informações obtidas pela Fórum, logo no início do julgamento, a defesa de Guaranho listou uma série de questionamentos buscando adiar o julgamento. Como as medidas não foram acatadas pelo juiz Hugo Michelini Junior, os advogados abandonaram a sala.
Entre as alegações, a defesa disse que uma testemunha chave não chegou a tempo de participar da oitiva, que seria realizada ainda pela manhã. Em outra alegação, advogados disseram que Guaranho, que está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, desde agosto de 2022, só chegou na noite desta quarta-feira (3) a Foz do Iguaçu e não tiveram tempo de conversar para acertar a estratégia.
A principal reclamação, no entanto, diz respeito à inclusão de documentos e de um vídeo no processo pelo Ministério Público do Paraná.
Os documentos são referentes a um processo em que o agente penitenciário se diz vítima de agressões após efetuar os tiros que mataram Arruda.
Já o vídeo é de um depoimento que Guaranho prestou sem a presença dos advogados.
O juiz afirmou que as supostas agressões que tratam o processo aconteceram após o crime, o que não interferiria no julgamento. Ele negou os demais pedidos, que tinham como intenção suspender o julgamento.
Diante das decisões do magistrado, os advogados de Guaranho se levantaram e deixaram o Fórum de Foz do Iguaçu.
O assassinato
Marcelo Arruda, que era tesoureiro do PT na cidade, foi assassinado a tiros por Jorge Guaranho na noite de 9 de julho de 2022. O bolsonarista invadiu a festa, realizada na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, e efetuou vários disparos.
Segundo o boletim de ocorrência, Guaranho chegou ao local com a esposa e um bebê no carro e desceu armado, gritando: "aqui é Bolsonaro".
Marcelo Arruda morreu ainda durante a madrugada, após ser levado ao hospital. Ele deixou esposa e quatro filhos, um deles ainda bebê.