CONGRESSO NACIONAL

VÍDEO – Boulos não vê ‘rachadinha’, vota contra cassação de Janones e detona o PL

O deputado federal mineiro enfrenta processo no Conselho de Ética da Câmara; Parlamentar do Psol é o relator da ação

Janones e Boulos em sessão do Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores (15 de maio de 2024).Créditos: Reprodução /Redes Sociais
Escrito en POLÍTICA el

O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), relator do processo que pede a cassação do mandato de André Janones (Avante-MG) no Conselho de Ética da Câmada dos Deputados, votou nesta quarta-feira (15) pelo arquivamento da ação. O parlamentar paulista, que também é candidato à Prefeitura de São Paulo, discordou da acusação do PL de que Janones teria praticado ‘rachadinha’ em seu gabinete.

A ação contra Janones foi motivada pelas denúncias de dois ex-assessores que afirmaram que o parlamentar cobrava o repasse de parte dos salários de funcionários do seu gabinete. O caso seria de 2021.

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, autorizou no início de dezembro de 2023 a abertura de um inquérito para apurar as acusações de prática de rachadinha (nome popular para o crime de peculato) contra Janones, após o vazamento de áudios em que o parlamentar falaria a respeito dos repasses.

A solicitação de abertura de investigação foi feita ao STF pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que viu indícios de prática ilícita nos áudios apresentados à imprensa por pessoas que já trabalharam com o deputado. O ministro do Supremo determinou que sejam colhidos depoimentos dos acusados, de assessores e de ex-assessores envolvidos na denúncia. Janones sempre negou as acusações.

O caso então ficou à cargo da Polícia Federal. Em 21 de fevereiro Janones teve a quebra dos seus sigilos bancário e fiscal autorizados pelo STF. Já o processo que pede a cassação do seu mandato foi protocolado pelo PL em dezembro passado no Conselho de Ética da Câmara.

Para Boulos não há quaisquer evidências de que Janones já estaria com o mandato em vigor na ocasião dos áudios dos ex-assessores. Ele sustentou a falta de jurisdição da acusação e aproveitou o voto para relembrar práticas semelhantes do próprio PL, que agora acusa Janones.

“O PL é o partido do Fabrício Queiroz (apontado como o operador das ‘rachadinhas’ de Flávio Bolsonaro) e vem querer imputar rachadinha para o lado de cá? (...) Há casos mais recentes do que esse e que eu não citei aqui porque sequer chegaram ao Conselho de Ética. A exemplo de representações do meu partido em relação a deputados que estimularam ou participaram indiretamente dos atos golpistas de 8 de janeiro que sequer foram encaminhadas a este conselho sob uma argumentação política de que foram precedentes ao exercício desta legislatura. É preciso ter coerência e usar o mesmo critério”, afirmou.

Logo após o voto de Boulos, houve um pedido de vista e a ação será debatida novamente na próxima reunião do Conselho de Ética, prevista para sexta-feira (17).

“Conclui-se que não há justa causa para autorizar o prosseguimento do presente feito. Antes de tudo é preciso trazer à baila que a representação do PL traz fatos ocorridos antes do início do mandato de deputado federal do representado [Janones]. O próprio representado afirma isso em matéria que inclusive consta na exordial do Partido Liberal. Também é importante pontuar, excerto da decisão do excelentíssimo ministro Luiz Fux acerca da instauração de inquérito formulado pela PGR em face do representado. Abre aspas: ‘a PGR aponta que pelo teor do áudio noticiado seriam correspondentes às eleições municipais de 2016’”, disse Boulos ao dar seu voto.

Assista

 

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar