Foi publicada neste domingo (26) uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que impõe nova derrota ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao general Walter Braga Netto, seu ex-candidato à vice-presidência em 2022. O magistrado negou um recurso da defesa dos bolsonaristas contra a condenação da chapa à inelegibilidade por abuso de poder político e econômico. A decisão é de sexta-feira (24).
O trâmite diz respeito a ação protocolada pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) que acusa Bolsonaro de se beneficiar politicamente das comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil em 7 de setembro de 2022, praticamente às vésperas das apertadas eleições daquele ano. Na ocasião, o então presidente praticamente transformou o evento num comício, com forte apoio do agronegócio e atividades em Brasília e no Rio de Janeiro.
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O recurso extraordinário dos advogados da chapa pedia que o caso fosse encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, a fim de tentar uma reavaliação da sentença. No entanto, em análise do TSE, foi rejeitado por questões processuais.
“A controvérsia foi decidida com base nas peculiaridades do caso concreto, de modo que alterar a conclusão do acórdão recorrido pressupõe revolvimento do conjunto fático-probatório dos autos, providência que se revela incompatível com o Recurso Extraordinário”, escreveu Moraes.
Apesar da decisão, a defesa de Bolsonaro ainda pode recorrer ao STF. Mesmo que o faça, as chances de obter uma reavaliação das sentenças são baixas, sobretudo levando em conta que Bolsonaro usou o 7 de setembro reiteradas vezes durante seu mandato para atacar a Corte.
O caso foi julgado no TSE em outubro do ano passado e, por um placar de 5 a 2, a chapa de Bolsonaro e Braga Netto acumulou uma segunda condenação à inelegibilidade. Além disso, também foram condenados ao pagamento de multas: R$ 425,6 mil para Bolsonaro e R$ 212,8 mil para Braga Netto.
A primeira condenação que deixou o ex-presidente inelegível ocorreu em junho de 2023, também por abuso de poder político. Na ocasião, uma ação do PDT apontou a famigerada reunião com embaixadores em Brasília e sua transmissão ao vivo pela TV Brasil como as causas desse abuso de poder político. No evento, Bolsonaro voltou a difundir narrativas conspiratórias sobre as eleições e a já iminente vitória eleitoral de Lula (PT). Ele foi condenado à inelegibilidade e perda de direitos políticos até 2030.
A segunda condenação não se soma à primeira. Ou seja, mesmo condenado pela segunda vez, a pena de Bolsonaro segue a mesma.