Cerca de 100 famílias foram removidas de um prédio público abandonado no centro histórico de Porto Alegre neste domingo (16). A operação foi conduzida pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul (BMRS) para cumprir uma ordem de reintegração de posse emitida pelo governo neoliberal de Eduardo Leite (PSDB).
A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) foi às redes sociais denunciar e medida desumana de Leite.
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"É inacreditável que com a chuva e frio em Porto Alegre o governo Eduardo Leite está promovendo uma reintegração de posse violenta de um prédio abandonado há 10 anos no Centro Histórico, que foi ocupado por famílias atingidas pela enchente", escreveu.
O deputado estadual Matheus Gomes (PSOL-RS) também criticou a medida do governo de Leite e denunciou que a vereadora de Porto Alegre, Abigail Pereira (PCdoB) foi agredida pelas forças policiais.
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"São pessoas desabrigadas pelas enchentes que estão desesperadas, totalmente esquecidas pelo governo do RS. Eduardo Leite é arrogante, mesquinho, não dialoga com o povo", escreveu.
Ocupação de prédio abandonado
A ocupação havia sido realizada durante a madrugada pelo Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) no antigo prédio da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (FEPAM). Esta foi a quarta ocupação de imóveis na capital gaúcha desde as enchentes que atingiram o estado em 4 de maio deste ano.
Nas redes sociais, o Movimento Nacional de Luta pela Moradia, que apoia as ações do MLB, divulgou imagens da intervenção da Brigada Militar. As imagens mostram um cordão de isolamento feito pela polícia, impedindo o acesso ao prédio.
As famílias desalojadas agora buscam alternativas de moradia enquanto as autoridades locais continuam monitorando a situação e trabalhando para oferecer suporte aos desabrigados.
Segundo o MBL a ocupação tinha sido feita por aproximadamente 100 famílias que estão desabrigadas por conta dos alagamentos. Ainda de acordo com o movimento, o prédio estaria desocupado há mais de 10 anos.
Antes da reintegração de posse, o movimento publicou fotos e vídeo mostrando as condições precárias do imóvel, que está sem energia. Nas imagens, é possível ver móveis abandonados, lixo por toda parte e muita lama.
O MLB deu à ocupação o nome de Sarah Domingues, estudante de Arquitetura e Urbanismo, que foi coordenadora do Movimento Correnteza, diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE), do Diretório Central dos Estudantes da UFRGS, do Diretório Acadêmico da Arquitetura e militante da União da Juventude Rebelião. Ela foi assassinada em janeiro deste ano quando fazia seu trabalho de conclusão de curso sobre as enchentes na Ilha das Flores.
Em nota, o movimento disse que “só a luta muda a vida, só com o povo organizado vamos conseguir garantir moradia e uma vida digna para as pessoas atingidas pela enchente! Enquanto morar dignamente for um privilégio, ocupar é um direito.”
Com informações do Brasil de Fato