POLÍTICA

Sigilo de 100 anos: governo Lula quer acabar com "segredos de estado" eternos

Planalto estuda mudança na legislação para equilibrar transparência com segurança estratégica

Presidente Lula estuda mudança na lei para alterar sigilos de 100 anosCréditos: Washington Costa/MF
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O governo Lula estuda acabar com os sigilos de 100 anos sobre temas de interesse público. Uma proposta de alteração da atual legislação circula dentro do Planalto.

Durante a campanha, o presidente Lula fez uma forte e intensa campanha pela revogação dos sigilos impostos pelo governo Bolsonaro sobre temas como gastos com cartão corporativo, cartões de vacina e outros temas importantes da gestão pública.

Atualmente, o sigilo de 100 anos é permitido para proteção de acesso a informações de intimidade, vida privada, honra e imagem de agentes públicos legalmente autorizados e da pessoa a que elas se referirem.

Porém, o governo pode alterar a regra. Em um primeiro momento, a ideia é analisar os documentos, o nível de interesse público e retirar informações potencialmente sensiveis para liberar os documentos.

Além disso, outra parte da proposta é impor sigilos máximos de dez anos. Quando esgotado o prazo, os cidadãos podem fazer uma nova tentativa de consulta.

Por fim, o governo quer retirar os sigilos sobre informações pessoais depois de cinco anos da morte do agente em questão.

Em maio do ano passado, Lula já havia alterado a legislação para permitir a anonimização dos dados de maneira automática para evitar que informações de interesse público fossem represadas por conter dados pessoais de pessoas físicas.

Atualmente, a Controladoria Geral da União (CGU) desenvolve uma ferramenta de inteligência artificial para acelerar o processo de anonimização e censura de dados sensiveis.

"A CGU está desenvolvendo uma ferramenta de inteligência artificial que será distribuída a todos os órgãos aplicadores da LAI e que possibilita o tarjamento automático das informações pessoais que devam ser protegidas nos documentos, eliminando a possibilidade de que se alegue proteção a dados pessoais como motivo para tarjar integralmente documentos", afirmou o órgão em nota neste ano.