ESCÂNDALO DO MEC

MPF pede retomada de investigação contra Bolsonaro e ex-ministro Milton Ribeiro

Caso apura suposto esquema de corrupção no Ministério da Educação; ex-presidente é suspeito de interferir nas investigações

Jair Bolsonaro e Milton Ribeiro.Créditos: Clauber Cleber Caetano/PR
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O Ministério Público Federal (MPF) pediu que a Justiça retome, com urgência, uma investigação que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro da Educação de seu governo, o pastor Milton Ribeiro. O processo se refere a um suposto escândalo de corrupção no Ministério da Educação (MEC).

Chamado de "Bolsolão do MEC" na época, a investigação apura uma possível interferência de Bolsonaro no órgão para priorizar pastores aliados no repasse de verbas do Fundo Nacional da Educação (FNDE). O escândalo ocorreu em 2022 e levou à demissão de Milton Ribeiro, que também chegou a ser preso pela Polícia Federal (PF).

A investigação, porém, está parada há dois anos. Agora, a  Procuradoria da República do Distrito Federal emitiu um parecer para que a Justiça retome o processo, de acordo com documento divulgado pela Globo. 

“Considerando que não ocorreram novos andamentos investigativos no presente caso, tendo em vista que os autos ficaram aguardando a decisão do STF quanto à competência para atuar no feito, verifica-se a necessidade de se prosseguir com celeridade à apuração", diz o pedido do MP, segundo a reportagem. 

Em uma conversa telefônica entre Milton Ribeiro e sua filha, o ministro afirma priorizar o repasse de recursos do MEC a pastores aliados, o que seria feito a pedido de Bolsonaro. O ex-presidente também é suspeito de interferir nas investigações contra o ex-ministro através da PF.

Investigação é transferida

A investigação, que tramitava na Justiça Federal do Distrito Federal, foi transferida para o Supremo Tribunal Federal (STF) em julho de 2022, devido ao foro privilegiado de Bolsonaro à época. Em setembro daquele ano, a ministra Cármen Lúcia autorizou a investigação contra o ex-presidente e devolveu o inquérito à Justiça do DF. 

Porém, o ex-procurador-geral da República, Augusto Aras, recorreu pedindo que as acusações contra Bolsonaro fossem arquivadas, prolongando a investigação. A decisão do pedido da PGR agora cabe a um novo juiz, já que o ex-presidente não tem mais foro privilegiado após perder as eleições. 

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