Reportagem desta terça-feira (6) no jornal O Globo chega a uma conclusão que a Fórum já tem muitas vezes chamado à atenção nos últimos meses: a estratégia evangélica para eleger representantes das diferentes denominações nas câmaras municipais: a não fragmentação de votos. Uma iniciativa coordenada pela Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab), está se articulando para também influenciar a disputa pelas prefeituras.
A estratégia é simples: cada denominação investe na quantidade necessária de candidatos que possam eleger sem problemas, de preferência focando em uma candidatura como “carro-chefe”. No Rio de Janeiro, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, apoia o pastor e cantor Waguinho (PL) para a Câmara Municipal. Já o maior ministério da Assembleia de Deus, o de Madureira, aposta na reeleição de Eliseu Kessler (PSD), enquanto a Igreja Universal do Reino de Deus lançou o pastor Deangeles (PSD). Em São Paulo, a Assembleia de Deus Ministério de Belém apoia Gilberto Júnior (PL) para vereador, com respaldo também de Malafaia, enquanto a Universal segue com o bispo Atilo Francisco (Republicanos).
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Desta forma, focando em ter representações nas câmaras, os votos não se dividem e fica “fácil” eleger alguém que depois ficará à mercê das lideranças (famosos testas-de-ferro) em suas lidas parlamentares. Há um perfil que é exigido de cada um desses candidatos, além da cega obediência ao seu líder maior: defender intransigentemente as bandeiras conservadoras. Se cada denominação eleger apenas um vereador, já é o suficiente para a formação de “bancadas evangélicas” consistentes nas casas legislativas municipais
Prefeituras também são alvo
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Uma estratégia muito utilizada e buscada, principalmente pela direita e extrema-direita (há alguns casos também na esquerda e na centro-esquerda) tem sido o convite para evangélicos serem os vices nas chapas majoritárias. Essa disputa pelo eleitorado evangélico nunca foi tão preponderante como tem sido nessas eleições municipais.
Nos últimos anos, a Teologia do Domínio, que defende o controle de espaços de poder para a construção de um país cristão, tem ganhado força entre os pentecostais. A combinação de televangelismo e o crescimento de influenciadores digitais cristãos é apontada como fator para a projeção de que o Brasil deixará de ser um país de maioria católica até 2032.