Juliana Frias, esposa do deputado federal Mário Frias (PL), pegou uma carona, em março do ano passado, em uma viatura da PM.
O veículo, que estava sob o comando do capitão Alexandre Gonçalves, pegou a esposa do ex-secretário de Cultura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio dos Bandeirantes e a levou, junto com uma amiga, até o aeroporto de Congonhas.
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O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou Gonçalves à Corregedoria por prevaricação, mas ele foi absolvido pelo Tribunal de Justiça Militar (TJM).
Preso por roubo e coação
Gonçalves foi preso preventivamente poucos meses depois da carona, em agosto, em Araras, interior de São Paulo, durante operação do Ministério Público no caso conhecido como Latina, que envolve fraude em licitação de serviço limpeza pública em Bariri e Itaju. Ele é acusado de ter ameaçado com arma de fogo e roubado o celular empresário Fábio Yang.
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Alexandre segue preso em regime fechado no Presídio da Polícia Militar Romão Gomes (Barro Branco), na capital paulista.
O que diz a defesa
Mauro da Costa Ribas, advogado do capitão Gonçalves, afirmou ao Painel, da Folha, que seu cliente não recebeu ordem e também não dirigiu a viatura, que teria sido utilizada por outro policial nesse serviço de transfer. Segundo o advogado, o serviço de escolta de dignitários é comum.
A coluna, no entanto, apurou que a viatura não fez escolta. O veículo foi usado apenas para o transporte de Juliana Frias e mais uma mulher, além de duas malas de viagem, que foram colocadas na parte de trás, onde normalmente viajam os presos.
O advogado Ribas disse ainda que o capitão havia trabalhado anteriormente com Mário Frias durante período de afastamento da Polícia Militar.
O que dizem a PM e o governo do estado
A Polícia Militar afirmou em nota que Gonçalves "não agiu por determinação ou consentimento de seus comandantes". Já o governo Tarcísio de Freitas disse que "não houve consentimento para o uso de veículos oficiais para o traslado da esposa ou familiares do deputado federal Mario Frias".
Frias não se manifestou.