Há três meses ele aparecia sorridente em vídeos gravados do lado de fora da Casa Branca, em Washington, e gostava de bradar suas “vitórias”, inclusive utilizando prints de matérias de veículos de imprensa das mais diversas linhas editoriais que, de uma forma ou de outra, o retratavam com certo protagonismo. O anúncio da elevação das tarifas para 50%, em 9 de julho, com direito a menção à situação judicial de seu pai como “motivo”, dava a ele a sensação de poder absoluto. Só que a ilusão de ótica se dissipou e a realidade se impôs.
Eduardo Bolsonaro está mais isolado do que nunca e plenamente humilhado politicamente. Com a aproximação entre os governos dos EUA e do Brasil, as sucessivas reuniões diplomáticas e o encontro cortês e amigável entre Donald Trump e Lula, na Malásia, o deputado federal “fugitivo”, que articula para seguir recebendo seu gordo salário depois de desaparecer do país há oito meses para seguir traindo a própria pátria do exterior, agora precisa de um plano para dar continuidade às suas insanidades. E ele já tem.
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Dentro da própria extrema direita ele é visto como um fracassado e descompensado pela ampla maioria dos adeptos. Tudo que ele posta nos últimos tempos tem tom de delírio, com interpretações fantasiosas dos fatos, apelando a teorias mirabolantes e ridículas, que “em 72 horas” não se confirmam e apenas aprofundam ainda mais sua falta de credibilidade. O revés na própria bolha é um fato facilmente notado apenas com uma rápida olhada em sua timeline no X (antigo Twitter), onde, entre milhares de comentários em cada publicação, nota-se que a maior parte dos bolsonaristas o culpa pela popularidade crescente de Lula e pela recuperação vigorosa da imagem do atual governo. Suas ações nem deveriam ter ocorrido, o que certamente teria ocasionado uma situação mais confortável para a extrema direita neste momento, bem como um futuro menos tenso e dramático para seu pai, que está preste a ir para a cadeia.
Só que Eduardo não vai parar. Em seu horizonte há uma “estratégia”. Como ele ainda fala para um setor mediano do extremismo reacionário, seguirá fazendo algo parecido com o que fez até aqui. As mudança serão mais em termos de "conteúdo". O filho 03 de Jair Bolsonaro deve tentar a partir de agora explorar de forma exaustiva qualquer pequenino deslize de Lula, como o episódio da frase embananada sobre traficantes. Transformará qualquer bobagem numa tempestade, no intuito de tornar suas redes uma caixa de ressonância.
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Outra ação que está no seu “plano de ação” é utilizar-se de eventuais reveses no campo das negociações Brasil/EUA. Se um setor não consegue a redução total que revindicou a Washington, ele entrará de novo em cena com seu fiel escudeiro, o golpista foragido Paulo Figueiredo, gravando vídeos da calçada distante da Casa Branca, ou da porta do edifício onde fica o Departamento de Estado, dizendo que fez reuniões e que aquilo é fruto de seu “esforço” para prejudicar o próprio país.
Essas ações seguirão a partir de agora porque Eduardo tem um plano e um caminho a percorrer: na sua cabeça, ele será candidato à Presidência da República, então não pode abandonar aquilo que ele crê ser seu “grande legado”. A maluquice, mesmo sem o menor sentido no momento, precisa seguir em frente para que ele não seja simplesmente apagado do cenário político. O problema é que tal comportamento não garante de forma alguma que esse apagamento não ocorra.