FASCISMO

Governo do Rio não sabe nem quantos morreram, mas Castro trata todos como "criminosos"

"De vítima ontem, só tivemos os policiais", disse Claudio Castro que comemorou "sucesso" da matança e citou 58 mortos "oficiais", mesmo com corpos ainda sendo encontrados pela população.

Mulher chora em frente aos corpos encontrados pela população após matança na Penha e no Alemão, no Rio.Créditos: Tomaz Silva /Agência Brasil
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Em um discurso fascista, o governador Cláudio Castro afirmou que a Operação Contenção foi um sucesso e, mesmo sem saber quantas pessoas foram mortas, afirmou que, com exceção dos quatro policiais, todos os que morreram são criminosos.

"Temos muita tranquilidade de defender o que foi feito ontem. Queria me solidarizar com as famílias dos quatro guerreiros que deram a vida para libertar a população. Eles foram as verdadeiras quatro vítimas. De vítima ontem, só tivemos os policiais", disse em entrevista no Palácio da Guanabara nesta quarta-feira (29).

Em seguida, ele afirmou que todos os cerca de 130 mortos que se tem conhecimento até agora são criminosos.

"Quais são os indícios que levam a crer que todos eram criminosos? O conflito não foi em área edificada. Foi todo na mata. Não creio que tivesse alguém passeando na mata num dia de conflito. Por isso a gente pode tranquilamente classificar de criminosos", afirmou, ignorando o devido processo legal e o fato de que o código penal brasileiro não tem pena de morte.

Com corpos se amontoando, levado por moradores das favelas para uma praça na Penha, o governo do Rio não sabe quantas pessoas foram mortas e o governador disse que, oficialmente, são 58 - mesmo com dados oficiais que apontavam 64 mortes só nesta terça-feira (28), quando ocorreu o massacre.

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