FASCISMO BOLSONARISTA

Nikolas Ferreira deve virar alvo do STF por elo com "cartel hardcore" da máfia dos combustíveis

Reportagem de Sara Vivacqua revelou elo de Nikolas Ferreira com máfia de combustíveis que opera o crime organizado em Minas Gerais desde os tempos de Aécio Neves.

Nikolas Ferreira pode ser investigado por elo com máfia dos combustíveis.Créditos: Facebook / Nikolas Ferreira
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O deputado Rogério Correia (PT-MG) protocolou uma notícia de fato nesta quarta-feira (29) na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a abertura de inquérito criminal no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o elo entre o bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) com o "cartel hardcore" da máfia dos combustíveis em Minas Gerais.

A representação junto a PGR acontece um dia após reportagem da jornalista Sara Vivacqua, publicada no Diário do Centro do Mundo, o DCM, revelar a existência de uma ligação escandalosa do deputado federal, uma dos bastiões do Jair Bolsonaro no Congresso, e o "cartel hardcore" da máfia que há anos é investigado por fraudes fiscais e manipulação no setor de combustíveis em Minas Gerais.

Segundo a reportagem, o maior doador individual da campanha de Nikolas foi Ronosalto Pereira Neves, empresário do grupo varejista Mart Minas, investigado pela Polícia Federal na Operação Ross, que confessou envolvimento em esquema de repasses ilícitos relacionados ao ex-senador Aécio Neves e à JBS. 

Em suas campanhas de 2020 (vereador) e 2022 (deputado), Nikolas usou como endereço de comitê eleitoral um posto de gasolina desativado em Belo Horizonte (Avenida Silva Lobo, 667) — registrado formalmente como empresa de combustíveis, mas sem operar.

A empresa que detém esse endereço, Du Pape Empreendimentos S.A., controlada por Ciro Augusto Bergomi Picarro e Augusto Joaquim Picarro, está ligada a empresas condenadas pela operação Operação Mão Invisível — que investigou cartel de combustíveis, fraudes fiscais e manipulação de preços.

Essas empresas sob o grupo Picarro enfrentaram condenações da Conselho de Contribuintes de Minas Gerais por fraudes fiscais, manipulação de bombas de combustíveis, caixa paralelo, sonegação de ICMS, entre outros.

A reportagem ainda remete à notícia de fato anterior apresentada por Correia, que pede a apuração da conduta de Nikolas quando propagou desinformações sobre o Pix em possível sintonia com interesses de grupos que se beneficiam da opacidade financeira para práticas de lavagem de dinheiro e evasão fiscal.

Investigação

No pedido de abertura de uma nova investigação, o vice-líder do PT na Câmara pede a "abertura de inquérito policial para apurar os fatos narrados" e a " comunicação formal ao Supremo Tribunal Federal, para distribuição e supervisão do inquérito criminal", já que o deputado conta com foro privilegiado.

Correia ainda solicita que o MPF requisite "medidas cautelares patrimoniais, se houver indícios de ocultação de valores".

Leia a íntegra do pedido
 

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