SEGURANÇA PÚBLICA

Cláudio Castro protegeu maior sonegador do Brasil: "por isso é contra a PEC", diz deputado

Governo Lula prepara nova fase 'turbinada' da operação Carbono Oculto para mirar empresários, políticos e o financiamento do crime no Rio

Créditos: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
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O governo federal prepara uma nova fase da operação Carbono Oculto, voltada para asfixiar financeiramente o Comando Vermelho (CV) e ampliar o cerco ao setor de combustíveis, segundo o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ).

Em declaração à imprensa nesta terça-feira (29), o parlamentar afirmou que a iniciativa, descrita como uma versão “turbinada” da primeira operação, deve envolver Polícia Federal, Ministério Público Federal e órgãos de inteligência.

O objetivo é rastrear as conexões financeiras da facção e suas possíveis ligações com empresários e agentes políticos.

“Vai aparecer político. É por isso que essa turma não quer a PEC da Segurança”, disse Lindbergh, em referência à proposta do governo que busca ampliar o papel da União no combate ao crime organizado.

Um dos alvos da nova ofensiva é a Refit, antiga Refinaria de Manguinhos, controlada pelo empresário Ricardo Magro, apontado por Lindbergh como “o maior sonegador de impostos do país”. A empresa é investigada na operação Cadeia de Carbono, que apura fraudes bilionárias em impostos e irregularidades no setor de combustíveis.

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Nos últimos dias, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) conseguiu no Superior Tribunal de Justiça (STJ) a anulação da decisão que havia liberado as atividades da Refit, revertendo o entendimento do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que permitia a reabertura da refinaria.

Enquanto o governo Lula prepara sua própria ofensiva, governadores aliados da direita se articulam em torno do governador Cláudio Castro (PL), responsável pela operação que deixou mais de 130 mortos nos complexos do Alemão e da Penha. Segundo interlocutores, líderes do Distrito Federal, Goiás e Paraná oferecem apoio policial a Castro numa tentativa de reforçar o discurso de que o Planalto se recusa a atuar na segurança pública do Rio.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou duramente a condução das ações no estado. “O governo do Rio tem feito praticamente nada em relação ao contrabando de combustível, que é o que irrigam as milícias e o crime organizado”, afirmou. “Para atingir o andar de cima, é preciso ir onde está o dinheiro.”

Lindbergh reforçou que o combate ao financiamento do crime será prioridade e que o governo “não aceitará o uso político da violência no Rio de Janeiro”.

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