VERGONHA ALHEIA

Rogério Correia desmonta narrativa de Nikolas Ferreira sobre chacina no RJ: "Burro"

O deputado bolsonarista comemorou as mais de 100 mortes no Complexo do Alemão e da Penha após operação policial

Rogério Correia desmonta narrativa de Nikolas Ferreira sobre chacina no RJ: "Burro".Créditos: Câmara dos Deputados/ frame Flow Podcast
Escrito en POLÍTICA el

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), na sua ânsia de celebrar as mais de 100 mortes no Rio de Janeiro, cometeu uma estrondosa gafe, e quem notou e desmontou o discurso de Ferreira foi o também deputado federal Rogério Correia (PT-MG).

Em uma de suas publicações no X, Nikolas Ferreira, em êxtase com a operação da polícia no Complexo do Alemão e da Penha, escreveu: "Menos Wagner Moura, mais Capitão Nascimento", em alusão aos dois filmes "Tropa de Elite", estrelados por... Wagner Moura.

Mas qual é a gafe de Nikolas Ferreira? No primeiro filme "Tropa de Elite", o personagem Capitão Nascimento acredita piamente nas instituições da polícia e do governo do estado do Rio de Janeiro. Já na segunda parte, ele se depara com a formação das milícias e descobre que policiais e políticos cariocas estão envolvidos. Ao bater de frente com essa estrutura, Nascimento é demitido da Secretaria de Segurança e exonerado da polícia.

Ou seja, a metamorfose pela qual passa o personagem Capitão Nascimento vai totalmente de encontro ao que pretendia Nikolas Ferreira ao escrever "Menos Wagner Moura, mais Capitão Nascimento". O deputado Rogério Correia pegou esse equívoco de Ferreira e disparou: "Burro!"

"Nikolas Ferreira pediu 'menos Wagner Moura, mais Capitão Nascimento'. Ou ele é burro, ou não assistiu ao filme. Em 'Tropa de Elite 2', o próprio Capitão Nascimento reconhece o que o bolsonarismo se recusa a ver: o sistema é muito maior e os verdadeiros mandantes do crime não estão na favela", declarou Rogério Correia.

Nikolas Ferreira se supera e usa imagem de Cristo para celebrar chacina no Rio

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) usou a tribuna da Câmara para celebrar a chacina ocorrida durante operação policial no Complexo do Alemão e da Penha, que resultou, até o momento, em 121 mortos. Esse número pode aumentar, segundo a Defensoria Pública do Rio de Janeiro.

Sem qualquer apuração, o deputado passou as últimas horas classificando todas as pessoas mortas na operação como criminosas, apesar de nenhuma delas ter sido identificada até agora.

Ao responder a um usuário do X que criticou a ação do governo carioca e afirmou que todos os 121 mortos seriam repostos no dia seguinte à operação ou seja, substituídos por novos integrantes do tráfico, Nikolas Ferreira não hesitou: "é só matar os outros 120".

As declarações agressivas do parlamentar mineiro geraram críticas, sobretudo porque Nikolas Ferreira se apresenta como praticante da fé cristã.

Ao tentar justificar sua postura, o deputado se superou e usou a imagem de Cristo — símbolo do pacifismo — para relativizar as mortes no Complexo do Alemão e da Penha.

Em sua declaração, Nikolas Ferreira acusou a esquerda de “desprezar” o cristianismo:

“A esquerda que despreza o cristianismo só se lembra de Cristo quando pode usá-lo como escudo. Confundem misericórdia com permissividade, como se amar o pecador significasse absolver o crime. Mas desde Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, a Igreja ensina que a justiça é parte do amor: proteger o inocente é um ato de caridade, e punir o mal é restaurar a ordem que o próprio Deus instituiu.”

Na sequência, o deputado afirmou que não celebra as mortes provocadas pela operação no Alemão e na Penha, mas “a vitória da ordem sobre o caos”.

“O apóstolo Paulo foi claro: a autoridade não traz a espada em vão, é serva de Deus para castigar quem faz o mal. O cristão não é chamado à covardia, mas à coragem moral. Cristo, que perdoou, também empunhou o chicote. O cristão que ama o bem não pode ser neutro diante do mal. Por isso, quando a polícia reage a criminosos, o cristão não celebra a morte, mas a vitória da ordem sobre o caos. Porque amar o bem é odiar o que o destrói, e a verdadeira paz só existe onde há justiça”, concluiu Nikolas Ferreira.

 

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar