ELEIÇÕES

"Os que se dizem de esquerda radical no Brasil não são 0,5%", diz Elias Jabbour

Elias Jabbour afirma ainda que "se as relações do Trump com Lula melhorarem, dependendo do acordo que fizerem, para o Trump expulsar Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro dos EUA é um pulo”.

O geógrafo Elias Jabbour.Créditos: @kboughoff / Reprodução Rede X Elias Jabbour
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O geógrafo Elias Jabbour ponderou sobre o papel da esquerda brasileira e a representatividade da ala mais radical, tanto mencionada por bolsonaristas, durante sua entrevista à TV Fórum nesta segunda-feira (6).

Alvo de críticas da esquerda radical por sua atuação junto ao governo do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD-RJ), Jabbour ponderou que os ataques vêm de movimentos sem representatividade social.

“Acho normal. As pessoas podem ter a opinião que quiserem sobre os fenômenos. São forças políticas que não têm a menor aderência na sociedade — é 0,5% dos votos para candidato a presidente — e tendem a ser fagocitadas no processo político. Os ataques que sofro são parte de quem decide fazer política. Eu não sou um negacionista”, afirmou.

Ele também falou da recente reaproximação diplomática entre Washington e Brasília e acredita que o diálogo pode redesenhar o papel do Brasil na geopolítica global, em especial nas cadeias de energia e tecnologia, áreas de interesse direto dos EUA. Ao mesmo tempo, considera um golpe simbólico contra o bolsonarismo.

“Se o Trump que ligou para o Lula, e não o contrário, é um ótimo sinal. Mostra que o Trump caiu em si, de que o Brasil é muito grande para ser ignorado, para ser tratado como uma republiqueta”, disse Jabbour. “Outra coisa é que é um sinal muito negativo para o bolsonarismo. Se as relações do Trump com Lula melhorarem, dependendo do acordo que fizerem, para o Trump expulsar Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro dos EUA é um pulo”, explicou.

Para ele, Trump age com pragmatismo e visão comercial, e vê no Brasil um país estratégico por conta das reservas de terras raras — minerais essenciais para a produção de chips, baterias e equipamentos tecnológicos.

“O que o Trump quer do Brasil, pode ser um reducionismo meu, é o acesso às terras raras. É o que queria da China, da Ucrânia… Então se o Brasil oferece algum acesso a isso, o Trump, como um comerciante e não um idiota, pode ter algum desencantamento e achar que foi enganado. Nesse caso, pode ter um ótimo relacionamento com o Lula”, analisou.

Apesar do cenário de melhora, Jabbour ponderou que tanto a esquerda quanto a direita brasileiras devem evitar leituras passionais sobre o movimento diplomático.

“A esquerda não pode se emocionar muito, muito menos a direita. Temos que ter uma posição mais pé no chão. O Trump tem evidente interesse na eleição da extrema-direita no Brasil, mas se o Lula se eleger, tá tudo certo. Ele é um comerciante e age como tal”, afirmou.

 

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