Mesmo com Jair Bolsonaro (PL) calado pela Justiça, o clã tem se encarregado de aprofundar a crise desencadeada em Santa Catarina em torno da candidatura de Carlos Bolsonaro (PL-RJ), atual vereador no Rio de Janeiro, que pretende mudar o domicílio eleitoral para o Estado do sul para ser candidato ao Senado em 2026 pelo Estado.
LEIA TAMBÉM: "Fechada" com Carol de Toni, Michelle aprofunda crise em torno de Carlos Bolsonaro em SC
Te podría interesar
Após Michelle Bolsonaro (PL) declarar apoio a Carol de Toni (PL-SC) que teve que abrir mão da candidatura por causa de Carlos e agora negocia a ida para o Novo para entrar na mesma disputa, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), dos EUA, fez um longo texto nas redes para defender o irmão "02".
A crise foi tornada pública após a deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC) revelar que havia um acordo na ultradireita de que as duas vagas ao Senado em SC seriam de Carol de Toni e do senador Espiridião Amin (PP-SC). No entanto, com a chegada de Carlos Bolsonaro, De Toni perdeu a sua vaga e negocia mudança para o Partido Novo, rachando a base bolsonarista no Estado.
Te podría interesar
“A chegada do Carlos [Bolsonaro] desestabilizou o projeto da direita de Santa Catarina. Agora a Carol [De Toni] está negociando com o presidente do Partido Novo [...] ela vai ter que sair do PL. A nossa maior deputada federal, fez 200 mil votos [...] uma mulher que tem 530 vereadores com ela, 150 prefeitos, e ela vai ter que sair do partido”, disparou Ana Campagnolo em entrevista nesta segunda-feira (3) ao programa Pânico, da Jovem Pan.
No longo texto, que renderam duas publicações na rede X, Eduardo atacou a deputada estadual acusando-a de insubordinação por não obedecer o que classificou como "estrutura hierárquica e liderança estabelecida, com diretrizes e valores definidos de forma organizada e programática" no "movimento político" que "meu pai fundou".
"Goste-se dele ou não, é inegável que meu pai fundou um movimento político. Ele tem um grupo político e é a liderança desse grupo. Por anos, com base em sua personalidade e visão, projetou eleitoralmente diversos nomes em cargos espalhados pelo país. Pessoas desconhecidas, ou com baixa popularidade, foram elevadas ao status de “celebridades políticas” através dessa conduta dele", afirmou, antes de reprimir a aliada rebelde.
"O que não dá é para pedir nosso apoio e, em contrapartida, negar apoio e subordinação", afirmou, ressaltando que "o que não é aceitável é insurgir-se publicamente contra uma estratégia da liderança do seu grupo".
Insurgência
O texto gigantesco de Eduardo Bolsonaro foi resumido por mais um aliado rebelde, o olavista Silvio Grimaldo que também se insurgiu nas redes em defesa de Ana Campagnolo.
"São vários parágrafos para dizer algo simples: tem que ser o Carlos porque a gente quer e ponto final", resumiu o aliado, ironizando em seguida: "eles chamam isso de liderança".
Antes, o olavista detonou o posicionamento de Eduardo, de colocar o pai como centro do projeto político da ultradireita.
"Lealdade na direita se deve às pautas e aos projetos claros que beneficiem o Brasil, não a pessoas e grupos que projetam no movimento o mesmo comportamento patrimonialista que têm com relação ao Estado", escreveu.
Grimaldo segue dizendo que "a coisa é tão evidentemente errada, que Eduardo, assim como todos os outros envolvidos na implosão da direita catarinense, são incapazes de explicar no que a eleição de Carlos Bolsonaro por Santa Catarina contribui para o Brasil ou para o desenvolvimento do estado, nem o que ele poderia fazer como senador que as lideranças catarinenses não poderia fazer com ainda mais competência".