O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ficou desesperado com a notícia de que o Supremo Tribunal Federal (STF) marcou data para julgar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que deve torná-lo réu por coação e abaixou o tom.
O parlamentar é acusado de ter atuado fora do país, nos Estados Unidos, em tentativa de pressionar autoridades estrangeiras contra o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu pai, no caso da trama golpista. Caso a denúncia seja aceita pelo STF, Eduardo Bolsonaro pode ser alvo de uma ordem de prisão preventiva.
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Em vídeo divulgado nas redes sociais nesta segunda-feira (3), o deputado extremista classificou a denúncia como "sem pé nem cabeça" pois ele não teria poder para impor as sanções aplicadas pelo governo dos Estados Unidos contra o Brasil - apesar de, nos últimos meses, ter feito questão de divulgar que estava atuando junto a integrantes do governo Trump para que seu próprio país fosse retaliado.
"O STF antecipa o meu julgamento com a acusação de coação. Primeiro, isso é algo sem pé nem cabeça. Eu não tenho nada a minha mão que possa pressionar os ministros do do STF, eles falam que a sanção poderia ser o meio de coação. Eu não tenho caneta e nem poder pra assinar nada disso, então é um instrumento que não está à minha disposição e tampouco trata-se de um instrumento ilícito, porque é a Lei Magnitsky, lei norte-americana. Então, isso daí é óbvio que é parte de uma construção pra me tirar do tabuleiro político de qualquer maneira de 2026, pra tentar enfraquecer o nome Bolsonaro e achar que assim eles vão enterrar o movimento político. Não irão", inicia Eduardo Bolsonaro.
"Esse canhão vai se voltar contra todos aqueles que Moraes e seus comparsas identificarem como inimigos, permitindo que uma direita permitida possa configurar nesse tabuleiro político brasileiro. A minha resposta é simples, eu já contava com isso, eu sei que o Moraes, inclusive o relator desse caso, aliás o relator de tudo que se refere a minha família e a direito, ele sempre vai dobrar a aposta, eu do lado de cá, podem ter certeza, me mantenho firme e forte, convicto de que estou fazendo certo, porque a liberdade sempre é prioridade", emenda.
Veja vídeo:
Entenda
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para o dia 21 de novembro o julgamento que vai decidir se recebe ou não a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O parlamentar é acusado de ter atuado fora do país, nos Estados Unidos, em tentativa de pressionar autoridades estrangeiras contra o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu pai, no caso da trama golpista.
Nesta etapa, os ministros ainda não julgam o mérito do caso, mas apenas analisam se há indícios suficientes para abrir uma ação penal. Caso a denúncia seja aceita, Eduardo Bolsonaro se tornará réu no Supremo.
A acusação foi apresentada em setembro pela PGR. Segundo o órgão, Eduardo teria buscado apoio junto ao governo do presidente americano Donald Trump, pedindo sanções e tarifas econômicas contra o Brasil e autoridades do Judiciário em retaliação ao julgamento que apura os atos golpistas.
Para a Procuradoria, a conduta configura o crime de coação no curso do processo, previsto no artigo 344 do Código Penal, por tentar intimidar ou constranger autoridades judiciais no exercício de suas funções.
Além do deputado, a PGR também denunciou o blogueiro Paulo Figueiredo, que teria participado das mesmas tratativas nos Estados Unidos.
Com o julgamento marcado, caberá aos cinco ministros da Primeira Turma — Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e quem entrar no lugar de Luiz Fux — decidir se o filho do ex-presidente responderá ou não a um processo criminal no Supremo.