FASCISMO BOLSONARISTA

Dos EUA, Eduardo Bolsonaro faz chacota com Brasil e paga por lenha: "político e honesto"; VÍDEO

Em pânico com a possibilidade de perder passaporte, filho de Bolsonaro mostra toda sua sabujice nas redes e ataca também Walter Salles, vencedor do Oscar com Ainda Estou Aqui

Eduardo Bolsonaro faz chacota do Brasil nos EUA.Créditos: Reprodução de vídeo / Instagram
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Cogitando ficar foragido de vez nos EUA, caso o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determine a cassação de seu mandato por crime contra a soberania nacional, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez chacota com o Brasil ao comparar com o país comandado por Donald Trump que, segundo ele, é "um país civilizado".

Em dois vídeos publicados em seu Instagram, o filho "03" de Jair Bolsonaro (PL) mostra toda sua sabujice e paga por uma feixe de lenha em um comércio onde não tem caixa para provar que é "político" e "honesto".

Eduardo começa dando um chilique no vídeo, ao dizer em tom irônico: "o pessoal fala: 'ah, que gosta dos EUA'".

"É claro que eu gosto", segue Eduardo mostrando o "nível de civilização" dos caras.

"Muitos de vocês, que tiveram a oportunidade de vir para cá, conhecem, mas a maioria dos brasileiros não teve a oportunidade, então não conhece", diz o deputado mostrando uma loja de venda de lenha no sistema pegue e pague.

"Cinco dólares a lenha. Você pega, coloca no seu carro e ali na frente tem uma caixinha onde você bota o dinheiro. Isso aqui é um país civilizado. Agora eu pergunto para você: na cidade em que está vivendo ai no Brasil, quanto tempo ia durar um negócio desse? Ou melhor, alguém teria coragem de abrir um negócio onde o próprio cliente paga pelo produto sem ter ninguém olhando, sem ter segurança de nada. Isso aqui é uma civilização de verdade", diz Eduardo, fazendo chacota com o Brasil, onde já existem muitos sistemas de pegue e pague.

Em seguida, o filho de Bolsonaro faz um vídeo pagando pelo feixe de lenha e escreve: "Sou político e sou honesto. Me perseguem é por razões ideológicas".

Ainda Estou Aqui

Ainda nos EUA, onde deve permanecer por medo de voltar e ser processado por conspirar contra o Brasil, Eduardo foi às redes para atacar o longa Ainda Estou Aqui, filme de Walter Salles que conta a história da família de Rubens Paiva, deputado que foi morto pela Ditadura Militar.

Eduardo fez o ataque direto a Walter Salles que, em entrevista nos EUA onde recebeu a estatueta, falou sobre a "fragilização crescente da democracia" citando como exemplo os achaques de Donald Trump.

“A gente está vivendo algo aqui (nos EUA) que eu não esperava ver tão cedo. A gente está vendo um processo de fragilização crescente da democracia, e esse processo está acelerando cada vez mais. A única coisa que eu posso atestar é o quanto o filme, que fala de uma ditadura militar, se tornou próximo de quem o viu nos Estados Unidos. Isso explica, inclusive, a maneira crescente como ele foi sendo abraçado. (...) E eu diria que não é só aqui, porque, de uma certa forma, ele ecoa o perigo autoritário que hoje graça no mundo como um todo. A gente está vivendo um momento de extrema crueldade, da prática da crueldade como forma de exercício do poder. A gente está no meio disso, e é profundamente inquietante”, disse Walter Salles.

Eduardo Bolsonaro mais uma vez mostrou toda sua sabujice e atacou Salles para defender Trump.

"Se qualquer brasileiro fizer essa mesma crítica ao regime instaurado pelo Alexandre de Moraes, que Walter Salles aplaude e legitima, estaria com certeza na cadeia 'gozando de todos o esplendor da democracia da esquerda'. Deve ser realmente muito difícil viver na ditadura americana", escreveu.

Sem previsão de retorno

Em pânico com a possibilidade de ter seu passaporte apreendido e de ser alvo de uma prisão preventiva, Eduardo pode não retornar ao Brasil. Desde que Trump tomou posse, em 20 de janeiro, o deputado está em sua terceira "missão" no país, propagando a narrativa bolsonarista para tentar evitar que o pai seja preso.

"Morando" nos Estados Unidos, o filho de Jair Bolsonaro se tornou alvo de representações na Procuradoria-Geral da República (PGR) por conspirar junto a parlamentares de extrema direita estadunidenses sanções ao Brasil e ao ministro Alexandre de Moraes como uma forma de coagir o judiciário brasileiro contra a iminente condenação de seu pai, que deve ser preso por tentativa de golpe de Estado. 

A atuação do parlamentar contra o seu próprio país vem sendo vista por deputados governistas brasileiros como um crime de lesa-pátria e até mesmo uma tentativa de interferir no inquérito dos atos golpistas e nas decisões judiciais relacionadas à tentativa de golpe – o que justificaria a apreensão de seu passaporte e, em última instância, medidas cautelares mais duras, como é o caso da prisão preventiva. 

Nos últimos dias, Eduardo Bolsonaro tem feito publicações em série nas redes sociais sobre o risco que corre de ter seu documento de viagem retido e vem se vitimizando com a narrativa de que seria alvo de "perseguição" e de que haveria uma "ditadura" no Brasil. Em meio a este clima de apreensão, parece ser cada vez mais certo que o deputado extremista de direita passe a viver definitivamente nos EUA e não retorne ao seu país, para escapar da Justiça. 

Após o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que está foragido nos EUA, sugerir que Eduardo permaneça no país, foi a vez de Paulo Figueiredo, neto do ditador João Figueiredo, que também vive no país da América do Norte e que foi indiciado pela Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito da trama golpista, publicar uma enquete em suas redes sociais perguntando se seus seguidores acham que Eduardo deve "voltar ao Brasil ou deveria se exilar nos EUA e usar sua influência para lutar daqui de fora contra o regime brasileiro". 

Mais de 70% dos seguidores do neto do ditador responderam que o filho de Bolsonaro deveria permanecer nos EUA e a enquete foi compartilhada pelo próprio Eduardo Bolsonaro, em uma clara sinalização de que ele deve abandonar seu mandato parlamentar no Brasil e ficar, covardemente, em território norte-americano para fugir de eventuais decisões judiciais contra ele. 

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