De volta aos holofotes após defender em palestra a financistas nos EUA o congelamento do salário-mínimo por seis anos para o Brasil "virar o jogo", o economista Armínio Fraga tem uma longa ficha de serviços prestados ao neoliberalismo e, ele próprio, se beneficiou diretamente da exploração do trabalho, comandando um fundo de investimentos na principal rede de fast food do mundo.
GLAUCO FARIA: Armínio Fraga, reforma trabalhista e o caso de amor da mídia pelo neoliberalismo
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Filho de mãe americana e pai médico, o economista carioca de 67 anos foi presidente do Banco Central entre 1999 e 2002, no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e se ofereceu a Aécio Neves (PSDB) para voltar ao posto em 2014, mas o tucano foi derrotado por Dilma Rousseff (PT) na disputa presidencial.
Após deixar o comando do BC, Fraga fundou a Gávea Investimentos, que se tornou sócia do bilionário argentino Woods Staton na compra de 1,6 mil lojas da franquia McDonald's em 2007. A empresa de Fraga ficou responsável pela gestão de 544 unidades no Brasil da lanchonete, que tem um longo histórico de exploração do trabalho.
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Em 2010, a Gávea Investimentos foi vendida para a "Highbridge Capital Management" empresa pertencente ao JP Morgan Chase, um dos maiores conglomerados financeiros do mundo. Fraga ficou á frente da empresa e a recomprou em 2015.
Um dos principais representantes da estrutura econômica neoliberal no Brasil, Fraga começou no mercado financeiro em 1985 e entre julho de 1989 e maio de 1991, foi vice-presidente do banco de investimentos Salomon Brothers, em Wall Street.
Em 1993 foi contratado pelo grupo do magnata George Soros como Managing Director do Soros Fund Management LLC, onde atuou como principal conselheiro de investimentos do Quantum Group of Funds, unidade de negócios sediada em Curaçao e nas Ilhas Cayman, operando os chamados hedge funds que provocou a explosão da crise econômica em 2008.
Fraga deixou a empresa de George Soros em 1999 para ssumir a presidência do Banco Central a convite de FHC. 