A disputa pelo comando do partido Rede Sustentabilidade foi parar na Justiça. O grupo da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, alega que o processo eleitoral foi permeado por uma série de falhas e arbitrariedades, que teriam dado a vitória no congresso da legenda à ala da ex-senadora Heloísa Helena.
Em nota, o grupo fala sobre “fraude no colégio eleitoral, filiações em massa, falsidade ideológica, gastos de recursos públicos superiores a 1,5 milhão de reais, sem orçamento específico aprovado pelo diretório nacional, uso indevido da máquina partidária e coação de delegados”.
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Os aliados da ministra denunciam que a ala majoritária da Rede Sustentabilidade alterou regras internas do partido em uma reunião convocada às pressas no fim de 2024. A ala também teria criado uma comissão eleitoral sob seu controle e proibido novas filiações. Segundo a nota, as manobras visavam à apropriação política e institucional da legenda.
Mudança de legenda
Segundo matéria do portal Uol, a ala de Marina espera as decisões da Justiça para definir seu futuro. A ministra e parlamentares já estariam sendo sondados por outras siglas, em especial o PSB, do vice-presidente, Geraldo Alckmin.
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Em caso de derrota judicial, o grupo admite que a permanência se tornaria "insustentável". No Congresso, Paulo Lamac, aliado de Heloísa Helena, venceu a disputa interna, com 73,5% dos votos.
O deputado federal Túlio Gadêlha (PE) é um dos que deve sair, e já estaria negociando com o PDT. A deputada estadual paulista Marina Helou e a vereadora paulistana Marina Bragante devem acompanhar a decisão da ministra do Meio Ambiente.
O processo eleitoral
Lamac nega as possíveis irregularidades. "Cada vez que não se reconhece, num processo democrático, a vitória dos adversários, a gente flerta com regimes autoritários", disse ele ao Uol.
“O grupo minoritário participou de todas as etapas de aprovação das regras e da realização do Congresso. Entretanto, passou a questionar o processo apenas após os resultados das conferências estaduais, especialmente diante da derrota de seus representantes em estados onde antes detinham maioria, como Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul, quando ficou evidente que haveria uma acentuada redução em seu percentual de participação na direção nacional”, disse o presidente da Comissão Eleitoral, Paulo Miranda, à revista Veja.
Segundo Miranda, as movimentações na Justiça foram motivadas pela redução do número de votantes, de 40% para 26%, o que “levou à busca por subterfúgios para tentar invalidar o processo”.