A Justiça de São Paulo condenou o prefeito bolsonarista de Diadema, Taka Yamauchi (MDB), a pagar R$ 14 mil por danos morais ao cientista político Marco Aurélio Santana Ribeiro, conhecido como Marcola, chefe do gabinete pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão foi proferida pela 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e ainda cabe recurso.
A ação foi movida por Marco Aurélio após o prefeito associá-lo, durante o período eleitoral, ao líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho — também conhecido como Marcola. Segundo o assessor, Yamauchi teria promovido confusão proposital entre os nomes, tentando sugerir que ele e o Partido dos Trabalhadores teriam ligações com o crime organizado.
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Durante um debate entre candidatos à prefeitura, realizado em 23 de agosto de 2024, o prefeito afirmou que "o Brasil vem sofrendo há muito tempo com crime organizado" e citou que "o tal de Marcola lá de Brasília" teria enviado dinheiro de forma irregular para Diadema. A declaração foi feita após uma reportagem do portal UOL que apontava favorecimento de cidades administradas por aliados do governo na destinação de verbas, sem qualquer menção a facções criminosas.
"Afirmação genérica"
Yamauchi alegou à Justiça que fez apenas uma “afirmação genérica” e que seu comentário estava dentro dos limites da crítica política, especialmente considerando que o assessor de Lula é uma figura pública. Contudo, o desembargador Antonio Carlos Santoro Filho, relator do caso, rejeitou os argumentos e afirmou que houve “inequívoca ofensa à honra e à imagem” do autor da ação.
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O magistrado destacou ainda que o prefeito voltou a usar o apelido em uma live com eleitores no dia 26 de agosto de 2024. Logo depois, panfletos anônimos começaram a circular em Diadema com frases como “Farra com dinheiro público no maior escândalo de irregularidades de repasse de recursos federais através do Marcola”, com o nome do assessor de Lula em letras garrafais. A autoria dos panfletos não foi identificada.
A defesa de Marco Aurélio Santana Ribeiro foi conduzida pela advogada Marina Muniz, sócia do escritório Ricomini Piccelli Advocacia.
Veja o panfleto apócrifo abaixo:
Com informações da coluna de Mônica Bergamo