Mesmo internado na UTI do Hospital DF Star, em Brasília, Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista, nesta segunda-feira (21), na qual afirmou ser "o maior líder da direita na América do Sul, quem sabe... mundial".
VEJA TAMBÉM: Bolsonaro agora confessa que "por coincidência" será beneficiado pelo PL da Anistia
Te podría interesar
O vídeo, transmitido pelo SBT, mostra Bolsonaro visivelmente abatido, mas insistindo em narrativas já conhecidas de sua base de apoio. “Eu sempre deixo um espaço reservado àquela pessoa que eu devo muita gratidão, que é o Donald Trump", declarou ainda.
Assista:
Te podría interesar
Na mesma fala, Bolsonaro disparou contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e reforçou a teoria de que sofre perseguição judicial. Segundo ele, o "lawfare" — termo que se refere ao uso da justiça para fins políticos — estaria sendo usado para afastar lideranças de direita no mundo: “O mundo todo está marchando para a direita. E quando não consegue, como na França com Marine Le Pen, usam o ativismo judicial para afastar nomes da direita".
A entrevista ocorre em meio ao agravamento de seu estado de saúde. Internado desde 11 de abril, Bolsonaro passou por uma cirurgia de 12 horas no intestino, consequência da facada sofrida em 2018. Segundo o boletim médico mais recente, ele permanece em jejum oral, se alimenta por via intravenosa e não há previsão de alta.
Apesar do quadro clínico delicado, Bolsonaro tratou de política e voltou a se apresentar como candidato nas eleições de 2026, apesar de estar inelegível: “Eleições em 26, sem a presença de Jair Bolsonaro, é uma negação à democracia".
Ele também atacou o processo de inelegibilidade que enfrenta: “Estou inelegível porque me reuni com embaixadores e subi num carro de som do pastor Silvio Malafaia. Um absurdo dos absurdos".
Delírio
A entrevista foi marcada por declarações que chamaram atenção nas redes sociais. Em tom quase messiânico, Bolsonaro declarou que a direita brasileira aprendeu “o que é política, o que é família, o que temos que defender: a propriedade privada, o legítimo direito à defesa”. E concluiu: “Até o pessoal da esquerda, reservadamente, concorda com isso.”
Na conversa, também descartou temer ser preso: “Não tenho medo. Que dano é esse que causei se estava fora do Brasil? Golpe de Estado sem liderança, sem tropas, sem armas, em um domingo e sem presidente para destituí-lo?”