BRICS

Reunião de chanceleres do BRICS prepara resposta ao tarifaço de Trump

Líderes planejam declaração conjunta em defesa do multilateralismo e da governança global

Embaixador Mauricio Carvalho Lyrio.Créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil
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Nesta segunda (28) e terça-feira (29), chanceleres dos países do BRICS se reunirão no Rio de Janeiro, sob liderança brasileira, para discutir uma resposta às políticas tarifárias do presidente Donald Trump, que vem promovendo uma crise comercial nos últimos meses. 

A principal mensagem dos líderes deve ser em defesa do multilateralismo e da governança global, como adiantou o embaixador Mauricio Carvalho Lyrio, ao contrário da postura adotada pelo presidente dos Estados Unidos. Em entrevista coletiva neste sábado (26), ele declarou que "ministros estão negociando para emitir uma declaração que reafirme a centralidade das negociações multilaterais do comércio". "E deverão reforçar, como sempre fizeram, as críticas às medidas unilaterais de qualquer origem", completou o embaixador.

Lyrio não citou diretamente o presidente Donald Trump, mas destacou críticas a medidas unilaterais no comércio e citou a crise que levou à Grande Depressão em 1929 como consequência dessa postura.

"É o risco de que medidas unilaterais, impostas por qualquer país, possam afetar outros e possam provocar também, eu diria, uma enxurrada de novas medidas. Eu estou falando isso porque basta ver a crise que levou à Depressão de 1929. Então, o desafio do Brics é uma reafirmação da importância do sistema multilateral de comércio, e de que os países preservem sua estrutura e respeitem suas normas", declarou. 

O Brics é formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, mas incluiu novos membros recentemente, como Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. Além disso, Malásia, Tailândia, Cazaquistão, Uzbequistão, Bielorrússia, Bolívia, Cuba, Nigéria e Uganda foram admitidas como nações parceiras. 

Tarifaço de Trump

Desde que assumiu o governo dos Estados Unidos, Donald Trump colocou em prática sua política protecionista e anunciou um pacote de tarifas a diversos países do mundo. Um dos países mais afetados pelo seu "tarifaço" foi a China, a maior concorrente dos EUA. Desde então, os dois países travam uma guerra comercial com diversas consequências no cenário geopolítico. 

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