Após ter um chilique com a visita da oficial de Justiça, enviada por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Jair Bolsonaro (PL) já tem uma estimativa de quando deve deixar a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital DF Star e, talvez, até voltar para casa. Nesta segunda-feira (28), a equipe médica vai começar a oferecer água, chá e gelatina via oral para o ex-presidente.
Neste domingo (27), o boletim médico afirma que o Bolsonaro "apresentou sinais iniciais de movimentos intestinais espontâneos", o que mostra que a cirurgia de reconstrução da parede do intestino foi bem sucedida.
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Na prática, a equipe médica relata que o ex-presidente começou a evacuar diante do quadro de gastroparesia - retardo do esvaziamento do estômago. No entanto, é necessário aguardar que o intestino volte funcionar normalmente, a ponto de que o ex-presidente possa voltar a se alimentar via oral ou pela sonda gástrica.
Caso a reação intestinal prossiga, a equipe médica estima que em uma semana Bolsonaro pode deixar, ao menos a UTI, segundo interlocutores. Caso esteja se alimentando via oral, o ex-presidente pode até mesmo ir para casa.
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Na sexta-feira (25), a equipe médica já antecipou que as tomografias realizadas no tórax e abdômen "foram compatíveis com uma evolução normal do pós-operatório, descartando complicações ou necessidade de novos procedimentos”. Ou seja, Bolsonaro estaria apto para voltar para casa se estive com o intestino funcionando normalmente.
Oficial de Justiça
Após incitar teorias da conspiração, que levantaram teses até que teria sido envenenado, Jair Bolsonaro apresentou um quadro "clinicamente estável" um dia após o pico de pressão que teve com a visita da oficial de Justiça.
Os médicos avaliaram que Bolsonaro teve "piora clínica, elevação da pressão arterial e piora dos exames laboratoriais hepáticos" após o chilique que o ex-presidente deu com a oficial de Justiça que cumpriu ordens de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de intimá-lo na UTI para apresentar defesa sobre o processo do golpe de Estado.
Com a visita da oficial de Justiça, Bolsonaro perdeu um dos álibis para postergar o julgamento da ação contra o núcleo crucial da quadrilha golpista comandada por ele.
Ao assinar a notificação, o ex-presidente deu aval ao prazo, de cinco dias úteis, para apresentar a defesa e, assim, dar sequência ao julgamento.
Agora, Bolsonaro tem pressa com o julgamento, que caso cumpra um cronograma estimado por aliados próximos deve terminar em outubro, com a publicação da sentença. Se for condenado, Bolsonaro poderá recorrer da decisão.
A avaliação é que os recursos sejam julgados até dezembro. E mesmo que apresente novos embargos, Alexandre de Moraes já sinalizou que deve seguir o mesmo rito de Fernando Collor de Mello: analisar as novas representações com Bolsonaro já preso.