Nesta quarta-feira (9), o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados vota o relatório final da cassação do parlamentar Glauber Braga (PSOL-RJ), julgado por se defender contra ataques do militante de extrema direita Gabriel Costenaro, do Movimento Brasil Livre (MBL).
Na semana passada, p deputado federal Paulo Magalhães (PSD-BA) pediu a cassação do mandato do parlamentar Glauber Braga (PSOL-RJ) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
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O parecer acusa Braga de desvios de conduta ao expulsar, com chutes, o militante do Movimento Brasil Livre (MBL), do interior da Casa, em abril de 2024.
O membro do MBL e deputado federal Kim Kataguiri aproveitou a sessão de hoje no Conselho de Ética para atacar o deputado psoilista, mas tomou, em sequência, um discurso histórico de Guilherme Boulos (PSOL-SP).
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"Eu acho muito curioso vir aqui o deputado que me antecedeu, Kim Kataguiri, querer dar aula de moralidade pública, querer dar aula de correção política. Logo ele, que recebeu uma denúncia por ter pago uma empresa com 50 mil reais em dinheiro vivo", disse Boulos. "Não foi julgado aqui".
"André Fernandes, também deputado nessa casa, é alvo do inquérito de investigação por ter feito apologia e apoiado as manifestações que quebraram essa casa, golpistas no 8 de janeiro. Não foi julgado aqui. Sequer veio para o Conselho de Ética a representação que nós tentamos contra ele. Carla Zambelli, tem maioria no STF, na Suprema Corte, para a condenação por porto irregular de arma, naquela cena absurda, digna de uma pessoa pistoleira correndo atrás de uma pessoa nas ruas de São Paulo. Vai ser presa! E não veio para ser julgado aqui nesse Conselho. Chiquinho Brazão, foi julgado aqui, há meses, e continua recebendo salário, e como deputado, porque não foi para o plenário o pedido de cansação dele", relembrou Boulos.
"Sabe o que todos esses deputados têm em comum? Desde o KIm Kataguiri pagando 50 mil em dinheiro vivo, até o preso por assassinato da Marielle, todos são da direita. É isso que eles têm em comum. Aí quando vem um deputado da esquerda, o Glauber Braga, reagir a uma provocação canalha de um movimento de banditismo político, aí é quebra de decoro parlamentar", questionou Boulos.
"Sabe o que tem aqui, presidente? Perseguição política. É isso que tem aqui nessa sessão. Deveriam vergonhar aqueles que estão sendo cúmplices dessa perseguição política, porque vocês podem inaugurar hoje a cansação por ideologia, cassação por posicionamento político. Eu quero concluir, presidente, minha questão de ordem dizendo o seguinte: o que vai se julgar hoje aqui nesse conselho não é a cansação ou não do Glauber. É se esse conselho continuará tendo moral pra ter isenção política pra julgar qualquer parlamentar dessa casa. Ou se vai se tornar um conselho em que quem é de direita sequer é julgado e quem é de esquerda é cassado por um motivo torpe", disse Boulos.
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