MÍDIA E FASCISMO

Marcelo Rubens Paiva detona mídia liberal: "Janja não é primeira-dama reborn"

Autor de Ainda Estou Aqui, Marcelo Rubens Paiva diz que "a má vontade com a esposa do presidente se tornou uma verruga jornalística". "O que se vê ali é cumplicidade, com brilho nos olhos e amor. Quem está ao redor admira ou inveja".

Marcelo Rubens Paiva com Janja e Lula na entrega da Ordem do Mérito Cultural.Créditos: Ricardo Stuckert / PR
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Filho de Rubens Paiva, deputado assassinado pela Ditadura, e autor do livro Ainda Estou Aqui, que conta a história da família e deu origem ao filme vencedor do Oscar, Marcelo Rubens Paiva detonou o machismo e a misoginina da mídia liberal contra Rosangela Silva, a Janja, em longo artigo na Folha de S.Paulo intitulado: "Janja não é primeira-dama reborn".

No texto, o escritor narra dois encontros recentes com o casal presidencial e desmonta as fofocas especulativas divulgadas pelos "colonistas" - como dizia Paulo Henrique Amorim - da mídia liberal para causar uma ilusória disputa entre o casal.

"Certa vez, me descreveram Janja como a cuidadora de um velhinho. O que se percebe ali é um casal em plena harmonia, sintonia, saudável, feliz. Um parece adivinhar o que o outro pensa. Por vezes, um completa a frase do outro. O que se vê ali é cumplicidade, com brilho nos olhos e amor. Quem está ao redor admira ou inveja. Por isso Lula quer viver 110 anos", disse Rubens Paiva, resumindo o que viu no primeiro encontro, no início de maio, quando foi convidado pelo presidente a encontrá-lo no Palácio do Planalto.

Acompanhado pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, o escritor revela detalhes da conversa com Lula que, entre outros temas de relevância nacional e global, confidenciou a ele que "tem lucidez para se retirar da vida pública, se a saúde física ou mental forem impedimentos", lamentando o fim da carreira de Joe Biden.

Com Janja, a conversa girou, primeiramente, em torno do conselho da socióloga para que Lula não decretasse a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) durante o quebra quebra promovido pelos bolsonaristas em 8 de Janeiro.

"Janja me confidenciou que, depois de estudar ciências sociais na Universidade Federal do Paraná, e MBA em gestão social, foi trabalhar na Itaipu Binacional e admitida no curso de um ano da Escola Superior de Guerra, em que teve contato com as minúcias de uma GLO. Ao não assinar, Lula conseguiu barrar a blitzkrieg, que por pouco não atravessou a porta dos quarteis", narrou.

O segundo encontro aconteceu em 20 de maio, na entrega da Ordem do Mérito Cultural realizado por Lula e a ministra, Margareth Menezes, no Palácio Capanema, no Rio de Janeiro. Janja estava sendo bombardeada pela mídia liberal, dessa vez por receber a homenagem.

"Nas manchetes dos jornais aparecia: "Lula concede a Janja principal honraria por mérito cultural do país". Quem concedeu foi o Ministério da Cultura, não ele", relatou. "Discursei, contando que a dedicatória do livro que dei para eles tinha uma só palavra: 'Resistam'. Pelo visto, o amor entre eles resiste ao mau olhado dos invejosos", emendou sobre o livro Novo Agora, entregue ao casal no encontro anterior.

Em seu texto, Rubens Paiva diz que "a má vontade com a esposa do presidente se tornou uma verruga jornalística".

"Se ela viaja com o marido, calculam o gasto, como se ela estivesse passeando com o maquiador. É Janja quem se reúne com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) para debater iniciativas contra a fome e a pobreza. Se ela fala num almoço privado, questionam se não deveria ter ficado quieta", diz sobre episódios recentes que viraram polêmica na mídia liberal. 

"Não querem Lula na Rússia, nem na China, buscando redesenhar o comércio mundial. E querem uma primeira-dama reborn, um cabide sem voz, sem ouvido, sem olhos, porque no Brasil mulher não pode ter opinião, nem se meter em conversa dos maridos", afirma o escritor, enviando, novamente, um recado para o casal presidencial: "Resistam".

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