O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) entrou em desespero após ser indiciado, nesta terça-feira (17), pela Polícia Federal no caso da "Abin paralela".
O relatório final aponta Bolsonaro como líder da organização criminosa formada em 2019, após a ascensão de Ramagem, por influência de Carlos Bolsonaro, ao comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
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Por meio de suas redes sociais, Carlos Bolsonaro se vitimizou e afirmou, sem qualquer base na realidade, que "conversar virou crime" e chamou a PF de "canalhas".
"O sistema não quer apenas te calar, ele quer te humilhar, te destruir e muito mais. Sigo fazendo tudo direito. Provem uma única acusação que fazem há anos. Aqui não, canalhas!", disparou Carlos Bolsonaro.
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Em seguida, o vereador afirmou que, "no Brasil 'democrático', até conversar virou crime. O tempo todo temos de nos privar do contato com pessoas bacanas e que querem o melhor para o Brasil para evitar que elas também sejam perseguidas".
"Sem tantas interferências indevidas na política e sem o clima de medo e autoritarismo que se instalou por aqui, o Brasil estaria em outro rumo e os corruptos que destruíram o país jamais teriam voltado à cena do crime para fazer com os aposentados a mesma coisa que fizeram com as estatais. Mas não podemos desistir, temos que seguir lutando por um Brasil mais livre e mais decente," concluiu Carlos Bolsonaro.
PF indicia Carlos Bolsonaro e Alexandre Ramagem por supostos crimes na "Abin Paralela"
A Polícia Federal (PF) indiciou o filho "02" Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), entre outros, ao concluir as investigações sobre a chamada Abin Paralela, um suposto esquema de arapongagem para monitorar inimigos políticos, potenciais adversários e desafetos que foi montado no Palácio do Planalto durante o governo do ex-presidente.
O relatório final aponta Bolsonaro como líder da organização criminosa montada em 2019 a partir da ascensão de Ramagem, por influência de Carlos Bolsonaro, ao comando da Agência Brasileira de Informações (Abin).
Segundo a PF, a organização criminosa também era composta por integrantes do chamado "Gabinete do Ódio", como Tércio Arnaud Thomaz e José Matheus Salles Gomes, conhecido como “Zueiro”, além de policiais federais que foram afastados de suas funções.
A lista de indiciados também inclui Paulo Maurício Fortunato, ex-diretor de operações da Abin durante o governo Bolsonaro que no governo Lula assumiu a secretaria de Planejamento da Abin. Segundo investigadores, ele teria tentado obstruir as investigações e é apontado como o idealizador do uso da ferramenta “First Mile", um sistema de espionagem importado de Israel usado pela quadrilha.
Ainda foram indiciados o atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, o chefe de gabinete do diretor, Luiz Carlos Nóbrega Nelson, e o atual corregedor da agência, José Fernando Moraes Chuy.
Ex-número dois da instituição, o delegado Alessandro Moretti também foi indiciado. Próximo a Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Moretti foi mantido por Lula, mas afastado em janeiro de 2024 após busca e apreensão da PF.
Ao todo, 35 pessoas foram indiciadas.
ERRATA: Diferente do que foi informado anteriormente, o ex-presidente Jair Bolsonaro não foi indiciado pela Polícia Federal no caso da "Abin paralela". Embora a PF tenha indícios de autoria e materialidade que envolvem Jair Bolsonaro, o órgão entendeu que ele já foi indiciado por organização criminosa no caso da tentativa de golpe de Estado e, portanto, não poderia ser indiciado novamente, apesar de haver elementos que justificariam o indiciamento neste caso também.