MEA CULPA

CPMI do INSS: as explicações de Randolfe Rodrigues para a derrota do governo

Líder governista no Congresso Nacional falou sobre a escolha do presidente e do relator da Comissão e projetou os trabalhos do colegiado daqui pra frente

Créditos: Geraldo Magela/Agência Senado
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O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), concedeu uma entrevista coletiva para explicar a derrota governista na eleição para a presidência e relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS nesta quarta-feira (20).

"A primeira razão desse encontro aqui é um mea culpa", pontuou o parlamentar. "O time entrou com salto alto, subestimou o adversário, e o adversário teve capacidade de se articular, exerceu maioria e elegeu o presidente", disse.

Randolfe reafirmou sua responsabilidade em relação ao processo de escolha dos dois principais cargos da CPMI. "Nós acreditávamos que, por já ter ocorrido uma indicação da parte do presidente do Senado em relação ao senhor Omar Aziz [para a presidência do colegiado], uma indicação da parte do presidente da Câmara sobre quem seria o relator, que este dispositivo, pela maioria dos líderes e bancadas partidárias, seria seguido", disse. "Mas, assim, o central, se quer delegar a culpa a alguém, o primeiro a assumir a responsabilidade e a culpa sou eu. Quem é o líder do governo no Congresso Nacional sou eu."

'Posição manifesta'

Randolfe demonstrou preocupação em relação à relatoria da CPMI, que está nas mãos do deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL).

"O relator, pelas suas declarações públicas, acho que já chega na CPMI com posição manifesta, com posição clara e manifesta, sobre qual caminho vai seguir, que é buscar responsabilizar o governo. Mas isso aí é outra história. Nós vamos tentar restaurar e reorganizar a base de apoio ao governo para os próximos passos", resumiu.

Mesmo com a derrota, o governo tem maioria na CPMI e conta com isso para minimizar os impactos da derrota que custou o comando e a organização dos trabalhos do colegiado nas mãos da oposição. "Temos maioria da composição e esta CPI não vai ser palanque da oposição. Isto está longe de ser uma tragédia para o governo, queremos investigação", garantiu Randolfe.

Ausências governistas

Na eleição realizada nesta quarta, Viana obteve 17 votos contra 14 do senado Omar Aziz (PSD-AM), candidato indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) e defendido pela base do governo Lula. A CMPI é formada por senadores e deputados, num total de 32 titulares e igual número de suplentes, e ausências de parlamentares favoráveis ao Planalto foram decisivas para a derrota.

Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Cid Gomes (PDT-CE), e os deputados Rafael Brito (MDB-AL), Mário Heringer (PDT-MG), Romero Rodrigues (Podemos-PB) e Bruno Farias (Avante-MG) não compareceram às sessões e dois suplentes do PL acabaram ganhando direito a voto pelas ausências, conforme a ordem da proporcionalidade estabelecida pelo regimento do Senado.

Segundo a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), em entrevista ao O Globo, a prioridade deve ser o acordo com a presidência da comissão. "Temos que aceitar a derrota e ir para os requerimentos. Nós temos maioria, mas o pessoal tem que vir. O grande complicador será que a pauta é definida pelo presidente. Vamos ter que buscar alguma forma, tentar forçar acordo. O presidente Carlos Viana é de oposição, mas não mostra um radicalismo", acredita.

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