Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), legenda de Jair Bolsonaro, sinalizou que vai abandonar o ex-presidente, condenado na última quinta-feira (11) a mais de 27 anos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.
Apesar de falar em "exageros" do STF, Valdemar reconheceu a validade do julgamento e endossou a decisão proferida pela Primeira Turma da Corte.
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"O Supremo decidiu, nós temos que respeitar", declarou o dirigente partidário.
A fala de Valdemar foi feita durante um debate no Rocas Festival, em Itu, interior de São Paulo, neste sábado (13). Além de pedir respeito à decisão do STF que condenou Bolsonaro, o líder do PL admitiu que houve um planejamento de golpe de Estado no país, ponderando, contudo, que o golpe não teria sido executado.
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Estiveram também presentes no mesmo evento pré-candidatos à presidência nas eleições de 2026, entre eles os governadores Ronaldo Caiado (Goiás), Romeu Zema (Minas Gerais, Ratinho Jr. (Paraná), Tarcísio Gomes de Freitas (São Paulo), além do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.
Sobre as próximas eleições, Valdemar disse estar "confiante" na união entre partidos de direita e na formação da maioria no Congresso.
"Temos que ter um governo de direita com o Congresso na palma da mão. O Bolsonaro não tinha o Congresso do lado dele, quando ele precisava de algo tinha que pôr emenda para aprovar", afirmou.
Bolsonaro condenado
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão (24 anos e 9 meses de reclusão e 2 anos e 6 meses de detenção), pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, com um placar de 4 votos a 1, pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, formação de organização criminosa, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.
Prevista para a sexta-feira (12), a dosimetria da pena foi realizada ainda nesta quinta (11), pondo fim ao julgamento, logo após os cinco ministros daquele colegiado, Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux, analisarem as bases legais para o estabelecimento do número de anos que constará na sentença. O ex-presidente também foi condenado a pagar 248 salários-mínimos (em valores da época em que o crime foi cometido)
Tendo em vista que a condenação à prisão foi maior do que 8 anos, Bolsonaro terá que começar a cumprir a pena em regime fechado após a análise do único recurso possível, os embargos de declaração, que não têm potencial para alterar a sentença.