Deputados bolsonaristas articulam nos bastidores para ampliar o alcance do projeto de anistia em discussão na Câmara dos Deputados. O objetivo é incluir o perdão ao próprio ex-presidente, além de contemplar todos os condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro. O grupo resiste à proposta do Centrão, que defende apenas a redução de penas dos crimes de golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Os aliados do ex-presidente pretendem negociar diretamente com o relator da proposta, Paulinho da Força (Solidariedade-SP).Contudo, o parlamentar já disse que a ideia é encontrar uma “solução de meio-termo” pactuada com o Senado e o Supremo Tribunal Federal (STF). O deputado tem boa relação com ministros da Corte, sobretudo Alexandre de Moraes, e busca construir um texto que não gere atritos institucionais.
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Bolsonaristas avaliam que é possível avançar nas negociações, mas, caso não consigam convencer o relator, já tem um plano B que "driblaria" o deputado.
Estratégia bolsonarista
A ideia da base do ex-presidente é apresentar emendas e destaques no plenário, apostando na maioria conquistada na votação da urgência do projeto, aprovada por 311 votos.
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"A gente precisa conversar com o relator, apresentar todos os dados. Tenho certeza de que ele vai se convencer, vai mudar de opinião e vai chegar mais próximo, se não junto, com a nossa opinião", disse o líder do Novo, Marcel Van Hattem (RS), em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Caso não se chegue a um acordo com o relator, Van Hatten acredita que há "condição de, no plenário, fazer emendas ou destaques de trechos com os quais nós não concordamos".
Em seu perfil no X (ex-Twitter), o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que, com a relatoria definida, é hora de discutir o conteúdo. “Garanto a todos que o PL lutará até o fim para anistiar todos injustiçados pelo STF”, escreveu, elogiando a escolha de Paulinho da Força como relator, destacando que o parlamentar é um "ferrenho crítico do governo".
"Tenho plena confiança que a partir de que agora vamos começar os diálogos e fazer justiça e anistiar os presos INJUSTAMENTE. Bom trabalho! Conte comigo!!", disse ainda, referindo-se ao colega de Casa.