Nomeado por Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, como relator do Projeto de Lei (PL) da anistia, Paulinho da Força (Solidariedade-SP) afirmou na primeira entrevista que não sabe se seu texto vai "salvar [Jair] Bolsonaro". A anista ao ex-presidente, condenado a 27 anos e 3 meses de cadeia por tentativa de golpe, está no centro da questão e é alvo, inclusive, do achaque de Donald Trump contra o Brasil.
"Eu não sei se o meu texto vai agradar a todos, ou vai salvar o Bolsonaro, digamos assim", afirmou, ecoando a narrativa de que seu relatório tem o objetivo de "pacificar o país".
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Paulinho da Força, que rompeu com Lula, teria sido escolhido por Motta pela interlocução com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Tenho certeza que ele conduzirá as discussões do tema com o equilíbrio necessário", escreveu Motta ao anunciar o nome de Paulinho para a empreitada.
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Na entrevista, o deputado paulista afirmou que tinha contato com Alexandre de Moraes, relator da ação que condenou Bolsonaro e o núcleo crucial da organização golpista, quando o ministro ainda atuava como "advogado" em São Paulo. Formado em Direito pela Faculdade do Largo São Francisco em 1990, Moraes iniciou sua carreira como Promotor de Justiça no Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) uma ano depois, pouco exercendo a advocacia.
Indagado sobre qual ministro vai procurar primeiro, Paulinho desconversou sobre Moraes e sinalizou que deve falar com o decano da turma, Gilmar Mendes.
"Eu tenho uma relação com o Alexandre desde que ele era só advogado. Antiga, ainda em São Paulo. Ele é um dos que vou conversar. E com o ministro Gilmar, que hoje é uma pessoa que conversa sempre com a Câmara e o Senado. E precisamos tentar convencer o Supremo que precisamos pacificar o país. O país não aguenta mais essa polarização. E para pacificar vai ser uma coisa que as pessoas talvez não concordem muito, mas é aquilo que o país precisa".
Perguntado se existe "risco" do projeto não ser votado, Paulinho afirmou de bate-pronto: "zero".