PAULO GENEROSO

Michelle Bolsonaro persegue nas redes vizinho "petista"

Postagem original é de Paulo Generoso, ex-sócio de Eduardo Bolsonaro que já teve as redes bloqueadas por Alexandre de Moraes

Michelle Bolsonaro.Créditos: Reprodução de Vídeo
Escrito en POLÍTICA el

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro compartilhou em seu stories do Instagram nesta semana um fato curioso. Segundo o texto do post, escrito por um sujeito chamado Paulo Generoso, que se autodenomina “conservador, patriota, pró-vida e bolsonaro livre”, um vizinho “petista” chamado “Sr ALMERI DA SILVA MARTINS não mede esforços pra infernizar mais ainda a vida do presidente e sua família”.

De acordo com o texto de Generoso, que já foi sócio do deputado Eduardo Bolsonaro (PL) e chegou a trocar mensagens com Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o sr. Almeri “tem organizado protestos contra Bolsonaro na porta do condomínio e segundo outros, ele tem inclusive facilitado a entrada de petistas no condomínio”.

“A PF deveria era estar protegendo o Presidente e sua família não vigiando. Além de toda injustiça e perseguição politica que Bolsonaro tem sofrido ainda tem que aturar gente desta laia. OREM pelo presidente e já aproveitem pra orar pelo Almeri também” (Sic), encerra o texto.

Perseguição

O post de Generoso, um dos fundadores do Movimento República de Curitiba, criado em 2016 para apoiar a operação Lava Jato, foi compartilhado por Michelle e serviu de aviso para que a militância bolsonarista passasse a marcar e perseguir o vizinho da família do ex-presidente nas redes.

Veja abaixo:

Sócio de Eduardo e André Porciuncula

Paulo Generoso foi protagonista de reportagem publicada nesta Fórum em março deste ano, assinada por Plínio Teodoro e Luiz Carlos Azenha. Nela, ele aparece como sócio de Eduardo Bolsonaro na Braz Global Holding, empresa aberta em março de 2023 em Arlington, no Texas, Estados Unidos. A nota afirmava que a empresa havia concedido um empréstimo de US$ 140 mil dólares – R$ 802.088,00 na cotação do dólar.

As informações são de documentos públicos do Condado de Tarrant, no Texas, e foram obtidos com exclusividade pela Fórum. O empréstimo foi a única transação financeira registrada pela Braz Holding encontrada pela apuração da Fórum.

Além de Eduardo e Generoso, constava também como sócios da empresa o ex-secretário Especial de Cultura do governo Bolsonaro André Porciuncula, que foi processado por deserção pela Polícia Militar do Estado da Bahia.

É Generoso quem assina o empréstimo concedido no dia 28 de julho de 2023 à empresa Venture Expannsion, representada por Roderick Venture, que assina como "managing member" - "membro administrador", em tradução livre.

O empréstimo foi quitado no dia 6 de fevereiro de 2024, conforme consta em documento assinado pelo mesmo Paulo Generoso. Pouco mais de um mês depois, em 18 de março, a empresa foi encerrada.

Segundo os documentos obtidos pela Fórum, a Venture Expannsion é uma empresa localizada em Fort Worth, cidade que está a cerca de 24 quilômetros de Arlington, onde ficava localizada a sede da Braz Global Holding.

Eduardo Bolsonaro também estaria residindo na cidade de Arlington, no interior do Texas, após abandonar o mandato de deputado federal no Brasil.

Roderick Venture, que assinou o empréstimo feito pela empresa dos brasileiros, define-se em seu site como "um pioneiro na indústria de energia renovável e atua como diretor de Sustentabilidade (CSO) na Allied Energy Solutions".

A cidade de Fort Worth também consta como endereço de Venture e da empresa, que diz investir em fontes renováveis de energia, entre elas solar, eólica e geotérmica.

Sócio de Eduardo, Paulo Generoso também tinha sociedade com Porciuncula na empresa Liber Group Brasil, que era localizada no mesmo endereço em Arlington, mas não tinha o filho de Bolsonaro como sócio. A Liber foi fechada no mesmo dia em que o empresário deu baixa na Braz Global Holding.

A casa em Arlington, que consta como endereço da Braz Global Holding, está disponível para a venda em um site imobiliário dos EUA por US$ 347.200.

Internauta na mira da PF

Paulo Generoso chegou a ser citado no inquérito da Polícia Federal sobre os atos golpistas como integrante de uma rede de influenciadores que teriam atuado "na disseminação de narrativas de interesse para objetivar a consumação do golpe de Estado".

A investigação detalha conversas entre o empresário e o tenente-coronel Mauro Cid, em que Generoso comenta sobre publicações em sua conta no X para, na época, com 98 mil seguidores, "pressionar o Alto Comando do Exército a aderir à ruptura institucional".

Generoso chegou a ser alvo de um requerimento para depor na CPMI das Fake News em 2020 como responsável, junto a outras duas administradoras, por uma página do Facebook denominada "Movimento República de Curitiba", acusada de postar "publicações no sentido de lesar a ordem pública, incitando multidões contra o sistema democrático de direito".

Ele também foi alvo de requerimento na CPMI do Golpe por suspeita de ter apoiado os atos de invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro. Em 2023, ele teve as suas redes bloqueadas.

O próprio Generoso comemorou no último dia 7 de agosto a liberação de suas redes:

“STF (Moraes) acabou de liberar minhas redes sociais. Milagre da Lei Magnitsky. Não vamos desistir do Brasil”, escreveu ele.

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