Doses da CoronaVac negligenciadas por Bolsonaro teriam salvo 167 mil idosos, diz senadora Leila Barros

Levantamento foi realizado de acordo com as revelações feitas pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, na CPI do Genocídio

MontagemCréditos: Presidência da República / Governo de SP
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A senadora Leila Barros (PSB-DF) apresentou um levantamento durante a CPI do Genocídio nesta quinta-feira (27) que aponta que as doses da vacina CoronaVac que não foram contratadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro poderiam ter salvo a vida de 167 mil pessoas idosas.

Nesta quinta, a comissão colhe depoimento do presidente do instituto Butantan, Dimas Covas. Entre outras coisas, Covas revelou que o Brasil poderia ter sido o primeiro país do mundo a começar a vacinação, que Bolsonaro travou a compra de doses e que o país perdeu 60 milhões de doses que seriam enviadas pela China até dezembro de 2020.

"Com 60 milhões de doses em 2020, até meados de janeiro de 2021 seria possível imunizar todos os idosos do país. Todos os idosos. O resultado disso foi que 167 mil idosos perderam a vida. 167 mil idosos que estariam aqui hoje se tivessem sido imunizados", disse a senadora, com base em dados apresentados pela sua assessoria.

Dimas Covas afirmou que houve um oferecimento de 60 milhões de doses da CoronaVac vindas da China ao governo federal em julho de 2020. Esse lote seria seria entregues até o fim daquele ano, mas o instituto não recebeu uma resposta efetiva. Em outubro de 2020, foi feita uma nova oferta de 100 milhões de doses, mas a compra só foi acertada em janeiro de 2021.

Questionado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), Covas confirmou que esses 60 milhões de imunizantes acabaram sendo enviados para outros países. Ou seja, o país não as recebeu posteriormente.