72% dos brasileiros rejeitam proposta de Bolsonaro de armar a população contra governadores e prefeitos

Frase sobre armar a população foi dita na fatídica reunião ministerial de 22 de abril e resultado da pesquisa mostra mudança na percepção das pessoas com aquela que foi uma das principais bandeiras de campanha de Bolsonaro

Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)
Escrito en POLÍTICA el

Novo recorte da pesquisa Datafolha desta semana, divulgado neste domingo (31), aponta que a ampla maioria da população brasileira discorda com a proposta de Jair Bolsonaro de armar as pessoas contra governadores e prefeitos.

A afirmação sobre armar a população foi feita na fatídica reunião ministerial de abril, cujo sigilo do vídeo foi derrubado na última semana. Entre palavrões e ofensas, o presidente afirmou que a população armada evitaria ser "escravizada", fazendo referência às medidas de isolamento social contra o coronavírus impostas por estados e prefeituras.

72% dos entrevistados disseram discordar da afirmação, enquanto 24% concordam com a frase de Bolsonaro. 2% não concordam e nem discordam, e 2% não souberam responder.

O resultado da pesquisa mostra uma clara mudança de percepção das pessoas com relação a aquela que foi uma das principais bandeiras de campanha de Bolsonaro. Apesar de, enquanto candidato, falar em armar a população no âmbito da proteção contra a violência urbana e rural, a pauta armamentista seguiu, em vários contextos, sendo um dos alicerces do atual governo.

#Somos70porcento

A pesquisa também corrobora com a tese do economista Eduardo Moreira de que aqueles que se opõem a Jair Bolsonaro já somam cerca de 70% da população.

À Fórum, o economista contou que, ao analisar a última pesquisa Datafolha, que mostra que praticamente 70% da população considera o governo Bolsonaro como ruim, péssimo ou regular, se deu conta de que aqueles que fazem oposição ao capitão da reserva têm se portado como minoria, enquanto os poucos apoiadores do presidente que sobraram se colocam como maioria. Além disso, o levantamento aponta que os mesmos 70% rejeitam o “toma lá, da cá” de Bolsonaro com o centrão.

“O curioso é que agente age como se fossemos minoria, e eles agem como maioria. Falam, gritam, colocam medo em todo mundo. Mas somos maioria, quem tem que ter medo são eles”, afirma Moreira.

O economista, então, decidiu fazer de seu “insight” um movimento, o #Somos70porcento. A hashtag se manteve, nos últimos dias, entre os assuntos mais comentados do Twitter.