86% rejeitam avanço de mineradoras contra terras indígenas, defendido por Bolsonaro

Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, 86% dos brasileiros é contra mineração em terras indígenas, demonstrando que a radicalização de Bolsonaro contra os povos indígenas não é bem vista pela grande maioria da população e só busca atender a seu nicho eleitoral mais extremista e a empresários do setor da mineração e do agronegócio

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Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, 86% dos brasileiros é contra mineração em terras indígenas, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro desde os tempos de deputado federal. No último sábado (26), ele reafirmou isso e disse estar "procurando o primeiro mundo para explorar essas áreas em parceria e agregando valor". O levantamento, contratada pelo Instituto Socioambiental (ISA), mostra que em todas as regiões do Brasil a rejeição à prática é de no mínimo 80%. No Sudeste o índice chega a 88%, demonstrando que a radicalização de Bolsonaro contra os povos indígenas não é bem vista pela grande maioria da população e só busca atender a seu nicho eleitoral mais extremista e a empresários do setor da mineração e do agronegócio. O presidente usa as terras indígenas como barganha para a aprovação de seu filho, Eduardo Bolsonaro, como embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Nesta quinta-feira (1), o Supremo Tribunal Federal derrubou medida do presidente e manteve a Funai como responsável pela demarcação de terras indígenas. Segundo o O Globo, o governo pretende apesentar, em breve, projeto de lei que prevê a regulamentação da mineração em terras indígenas. O Ministério de Minas e Energia afirma que os nativos poderão "vetar" a exploração em seus territórios e receberão royalties sobre o que for extraído. Lideranças acreditam que pode haver "coação" em aldeias e que o "veto" não será livre. Cruzada contra Amazônia O governo Bolsonaro tem sofrido diversas críticas por conta de sua política em favor de mineradoras e do agronegócio na região amazônia, inclusive de publicações internacionais, como o The Economist desta semana. Os dados do desmatamento na Amazônia são gritantes se comparados com os anos anteriores.