A política da desfaçatez, da adulação e do sarcasmo de Bolsonaro

Desprezível e desprezado durante as quase 3 décadas que esteve no Congresso Nacional, Bolsonaro só suporta ao lado dele aqueles que agora, por algum tipo de interesse, o adulam

Bolsonaro e Moro (Foto: Reprodução
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Tratando com total desfaçatez a tragédia que envolve milhões de famílias nordestinas, que dependem da pesca tanto para o sustento quanto por ofício, o secretário - e empresário - da Pesca, Jorge Seif Jr. é exemplo de que se só se sobrevive no governo por meio da adulação e do sarcasmo. Após dizer que os peixes são inteligentes o suficiente - talvez mais do que muitos governistas - para não se alimentarem do petróleo que causou uma enorme mancha negra no litoral nordestino, Seif Jr., que viajou à região com o presidente interino, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), fez questão de dizer que estava feliz com a volta do "meu capitão", como trata Bolsonaro até mesmo nas redes sociais. Desprezível e desprezado durante as quase 3 décadas que esteve no Congresso Nacional, Bolsonaro só suporta ao lado dele aqueles que agora, por algum tipo de interesse, o adulam. E a melhor bajulação ao capitão é fazer sua política de sarcasmo, desdenhando daqueles que necessitam de algum tipo de auxílio do Estado para se ter o mínimo de dignidade para viver diante da opressão do sistema financeiro e das transnacionais que tentam impor novamente a economia neoliberal do salve-se quem puder no Brasil. Humilhado dia sim e outro também, Sergio Moro segue os passos do tirano que o alçou e levará a tiracolo o procurador Deltan Dallagnol para um ato político na mesma superintendência da Polícia Federal onde os dois enquadraram o ex-presidente Lula para que Bolsonaro fosse eleito. Infelizmente a maldade dos que usurparam o poder no Brasil não está restrita aos atributos técnicos. Ela é parte da personalidade de Bolsonaro e agora imposta como perfil desejado daqueles que suportam, por algum interesse - volto a repetir -, estar a seu lado.