“A solução para o país não passa por um governo de quatro anos”, diz Neto, candidato ao Senado pelo PDT

Em entrevista ao Fórum Eleições 2018, o pedetista ressaltou a importância de se adotar uma política geracional para contemplar a resolução dos problemas nacionais

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[caption id="attachment_141081" align="alignnone" width="700"] Foto: Reprodução/Vídeo[/caption] Para resolver os principais problemas que atormentam o povo brasileiro é necessário adotar uma política geracional. “A solução não passa por um governo de apenas quatro anos”. Essa é a avaliação de Antonio Neto, único candidato ao Senado paulista pelo PDT. Ele concedeu entrevista ao editor da Fórum, Renato Rovai, durante o Fórum Eleições 2018, na noite desta quinta-feira (27). Para exemplificar sua tese, Neto citou a forma como o setor de Educação foi tratado no estado do Ceará. “Não se trata de uma política de governo, mas de uma política de Estado”, destacou o pedetista, que defendeu a articulação de um arco de alianças progressistas para o segundo turno das eleições presidenciais. Neto abriu a entrevista explicando por que razão decidiu se candidatar ao Senado: “A situação do país, com o aumento do desemprego e da informalidade, ou seja 32 milhões de desalentados, os 63 milhões que estão com o nome no SPC, as reformas trabalhistas e a perda dos direitos dos cidadãos, a entrega do pré-sal, da Embraer. Enfim, tudo isso me deu vontade de participar do processo eleitoral para mudar a face desse país. E o Senado tem sido subserviente demais”, revelou. Questionado sobre declaração do General Mourão, candidato a vice de Jair Bolsonaro (PSL), de que pretende acabar com o 13º salário, Neto afirmou que a visão da dupla é “tacanha”. “Bolsonaro já disse que o trabalhador vai ter de escolher entre ter direitos ou ter emprego, o que não é verdade”. O candidato ao Senado paulista cita um exemplo: “Veja o caso da Alemanha, que tem jornada de trabalho de 35 horas semanais e altos salários, sem retirar as conquistas. O Bolsonaro pretende implantar um governo de força, fascista, que come os direitos”. Ala progressista Neto relembrou que, antes de se filiar ao PDT, pertencia ao então PMDB. “Eu era da ala progressista, do Quércia, do Requião, dos avanços. Mas o partido se perdeu com o governo Temer, promovendo entrega de patrimônio, reforma trabalhista, assumindo um programa de atrasos que era do PSDB. Com isso, houve uma impossibilidade minha de ficar e fui para o PDT”. Ele ressalta a identificação com a nova legenda: “O Ciro segue a linha do Brizola, do Darcy Ribeiro, do Jango”. Neto ainda contou, com bom humor, que, como ele é o único candidato ao Senado paulista pelo PDT, boa parte dos correligionários revelam que pretendem votar em Eduardo Suplicy (PT), como segundo nome para a Casa. “Eu me sinto honrado, pois o Suplicy sempre esteve do correto. Há uma proximidade nas lutas conjuntas”. Terceirização Em relação à terceirização, prática que consta na reforma trabalhista, ele acrescentou que a grande questão se relaciona com a atividade meio e a atividade fim. “O problema é que agora abriu geral, mexendo, inclusive com carreiras de estado, de forma indiscriminada. Aqui, terceirização significa precarização, tirar direitos do cidadão”. Convivência difícil Questionado como seria sua atuação no Senado, em caso de uma hipotética vitória de Bolsonaro, ele disse: “Oposição completa, seria muito difícil a convivência, mas faríamos todo o possível para lutar no sentido de que ele respeitasse a nossa Constituição”. Acompanhe a entrevista completa: