ABI pede impeachment de Eduardo Pazuello: "incompetência, ineficiência e incapacidade"

A entidade defendeu o afastamento do ministro em razão do número crescente de mortes provocadas pela Covid-19 e pelas incertezas quanto ao plano de vacinação

Eduardo Pazuello - Foto: José Dias/PR/Flickr
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A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) anunciou nesta quarta-feira (6) que apresentou um pedido de impeachment contra o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na Câmara dos Deputados em razão da condução desastrosa do governo diante da pandemia do novo coronavírus.

"O Brasil vive a maior crise sanitária de sua história. A quantidade de mortos chega à espantosa cifra de 200 mil. Quando [Pazuello] passou a comandar as decisões relacionadas à pandemia, os dados estatísticos registravam 14.817 óbitos. O número de infectados também cresceu assustadoramente: 218.223 brasileiros tinham sido infectados com a Covid-19. Agora, o Brasil já conta com cerca de 7,8 milhões de infectados", diz trecho da nota assinada por Paulo Jeronimo, presidente da ABI.

Segundo a ABI, houve um crescimento de 35,74 vezes, no caso dos infectados, e de 13,2 vezes, no caso das mortes. "[Esses números] expressam a inépcia, a inação, a inaptidão do General-ministro à frente do Ministério da Saúde", afirma.

As incertezas quanto ao plano de vacinação e a compra de seringas também são destacadas pela entidade. "O ministro Eduardo Pazuello dá repetidas demonstrações de incompetência, ineficiência e incapacidade para desempenhar as tarefas de seu cargo. Não só não providenciou as imprescindíveis vacinas - quando cerca de 50 países já estão vacinando suas populações -,  como negligenciou até mesmo a aquisição de simples seringas para aplicá-las", critica a ABI.

"Além de descumprir abertamente as recomendações das autoridades – tanto as nacionais, como as internacionais – o ministro viola o dever de eficiência disposto no artigo 37 da Constituição, atentando contra o direito social à Saúde. Ainda que seu superior hierárquico, o presidente da República, inegavelmente tenha enorme responsabilidade nos desmandos, o ministro não pode escudar-se nesse fato para se abster de tomar as providências básicas que a função requer", sustenta a entidade.

"É inaceitável a justificativa apresentada por Pazuello para não cumprir obrigações básicas. Ao declarar que “um manda, o outro obedece", o ministro lava as mãos e abdica de suas obrigações como ministro", completa.

Confira aqui a nota da ABI na íntegra