Abin investiga participação das Forças Armadas e das PMs na greve dos caminhoneiros

O objetivo dos militares seria aproveitar o momento de extrema fragilidade política do governo Temer para provocar uma intervenção militar no país

Brasilia DF 28 05 2018 Motoboys fazem manifestação, na Esplanada dos Ministerio, em apoio à greve dos caminhoneiros e pela reduçao dos preços do combustiveis.Marcelo Camargo/Ag Brasil
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Três agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ouvidos pelo repórter Allan Abreu, da piauí, sob a condição do anonimato confirmaram que a agência está investigando a participação de integrantes das Forças Armadas e das Polícias Militares estaduais na greve dos caminhoneiros. O objetivo dos militares, de acordo com a revista, seria aproveitar o momento de extrema fragilidade política do governo Temer para provocar uma intervenção militar no país. A desconfiança sobre a presença de militares começou a se desenhar na última semana, quando cresceu a violência entre os caminhoneiros, inclusive com a morte de um deles em Rondônia, na quarta-feira (30). Também surgiram atos de sabotagem. Os parafusos dos trilhos da linha férrea de Bauru foram retirados, provocando o descarrilamento de um trem carregado de combustível. Em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, manifestantes bloquearam a entrada do quartel do Exército no domingo, 27 de maio, pedindo intervenção militar no país. No Rio, segundo a Polícia Rodoviária Federal, há indícios de envolvimento de milicianos no movimento. A Abin também estranha a falta de pulso da polícia nos mais de 500 pontos de bloqueio de caminhões que se formaram no Brasil nos dias de greve. Os agentes comparam com a paralisação de 2015, que durou três dias. Na época, não houve desabastecimento de combustíveis, alimentos e remédios, como desta vez. “Havia uma ação mais enérgica da polícia. Por que não houve desta vez? É estranho”, questionou um dos agentes. A Câmara Criminal da Procuradoria Geral da República tem informações sobre a infiltração de militares na greve, mas, nesse caso, segundo a procuradora Luiza Frischeisen, coordenadora da Câmara Criminal, a investigação formal cabe ao Ministério Público Militar. “É algo muito grave que precisa ser apurado”, afirmou Frischeisen. Procurado pela piauí, o promotor Adriano Alves Marreiros, do MPM, não quis se manifestar. Leia mais sobre o assunto na Piauí