Ação que cobrava R$ 70 mil de Regina Duarte por minimizar tortura é arquivada

“Não quero arrastar um cemitério de mortes nas minhas costas", disse a então secretária de Cultura em entrevista à CNN Brasil

Reprodução/CNN Brasil
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A juíza da 23ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Maria Carvalho, decidiu arquivar uma ação que cobrava R$ 70 mil por danos morais contra a ex-secretária de Cultura, Regina Duarte.

O processo foi movido pela filha de José Jobim, diplomata morto pela ditadura militar, e se referia a comentários de apologia à tortura feitos pela atriz durante entrevista à CNN Brasil, em 7 de maio.

O processo da jornalista e advogada Lygia Jobim foi movido após Regina Duarte afirmar que “sempre houve tortura” e que discutir os casos de violência nos governos militares seria “olhar para trás”.

“Não quero arrastar um cemitério de mortes nas minhas costas”, disse a então secretária do governo de Jair Bolsonaro. Na mesma entrevista, Regina também disse que era “muito bom” cantar músicas ufanistas naquele período.

“Tem que olhar pra frente, tem que amar o país. Ficar cobrando coisas que aconteceram nos anos 60, 70, 80… Gente, vambora… Pra frente. ‘Pra frente Brasil, salve a seleção… De repente é aquela corrente pra frente’. Não era bom quando a gente cantava isso?”, disse, rindo, ao ser questionada sobre o regime militar.

Na decisão, a juíza afirma que Lygia só poderia ter apresentado a ação contra o órgão que a atriz representava. A informação é de reportagem da Folha de S.Paulo.