Acharam o Queiroz: Glenn lembra que Vaza Jato revelou que Moro protegia Flávio Bolsonaro

“Deltan Dallagnol, em chats secretos, sugeriu que Sérgio Moro protegeria Flávio Bolsonaro para não desagradar o presidente e não perder indicação ao STF”, postou o editor do The Intercept

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
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Após a revista Veja ter divulgado, nesta sexta-feira (30), que achou Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, o editor do The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, foi ao Twitter para lembrar que o assunto foi tema de um dos diálogos da Vaza Jato. “Os investigadores não acharam Queiroz porque eles não queriam encontrá-lo. Mais uma vez: ‘Deltan Dallagnol, em chats secretos, sugeriu que Sérgio Moro protegeria Flávio Bolsonaro para não desagradar o presidente e não perder indicação ao STF'”, postou Glenn.

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Reportagem publicada pelo The Intercept no dia 21 de julho revela que, em chats secretos, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, concordou com a avaliação de procuradores do Ministério Público Federal de que Flávio Bolsonaro mantinha um esquema de corrupção em seu gabinete, à época que foi deputado estadual no Rio de Janeiro. “Segundo os procuradores, o esquema, operado pelo assessor Fabrício Queiroz, seria similar a outros escândalos em que deputados estaduais foram acusados de empregar funcionários fantasmas e recolher parte do salário como contrapartida”, diz um dos trechos da reportagem. Preocupação De acordo com os diálogos revelados pelo The Intercept, Dallagnol disse que Flávio Bolsonaro “certamente” seria implicado no esquema. O procurador, contudo, demonstrou uma preocupação: ele temia que Sérgio Moro não prosseguisse com as investigações por pressões políticas de Jair Bolsonaro e pelo desejo do juiz e futuro ministro da Justiça de ser indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF). “Até hoje, como presumia Dallagnol, não há indícios de que Moro, que na época das conversas já havia deixado a 13ª Vara Federal de Curitiba e aceitado o convite de Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça, tenha tomado qualquer medida para investigar o esquema de funcionários fantasmas que Flávio é acusado de manter e suas ligações com poderosas milícias do Rio de Janeiro”, destaca a reportagem.