Acusações de racismo, homofobia, estupro e o "namoro" com Frota: as polêmicas de Marco Feliciano; VÍDEO

Indicado pela bancada evangélica para o Ministério da Cidadania de Jair Bolsonaro (PSL), pastor é dono de um grupo de empresas ligado à igreja que fundou e como deputado propôs o projeto que obriga o ensino do criacionismo cristão em escolas públicas e privadas no Brasil.

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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Bacharel em teologia e técnico em contabilidade, o hoje pastor - e deputado federal - Marco Feliciano (Podemos/SP) foi preterido pela Igreja Assembleia de Deus quando era jovem, até ser aceito para uma pregação aos 26 anos e, no ano seguinte, fundar sua própria agremiação religiosa, a Catedral do Avivamento, uma igreja neopentecostal ligada à Assembleia, que hoje já conta com pelo menos 14 filiais no Brasil. Atualmente, o grupo ligado à igreja é formado pelo Instituto Teológico Carisma (ITC) - que oferece cursos como "extensão em Louvor & Adoração" e "extensão em Plantação de Igreja" -, a Rádio Tempo de Avivamento, a Central Evangélica de Pregadores Itinerantes do Brasil (CEPIB), a revista Tempo de Avivamento, a Livraria Cristã Vida & Paz (em Orlândia/SP, sede do Ministério), a Editora Tempo de Avivamento, e recentemente, a Gravadora Tempo de Avivamento. Fórum precisa ter um jornalista em Brasília em 2019. Será que você pode nos ajudar nisso? Clique aqui e saiba mais Mas é na Câmara Federal, onde se prepara para assumir seu terceiro mandato consecutivo, que as pregações de Feliciano mais ecoam e foi lá que suas polêmicas ganharam eco na voz do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), de quem pode virar ministro da Cidadania. Leia também: Bancada evangélica indica deputado pastor Marco Feliciano para Ministério da Cidadania Em 2013, diante de uma contestada nomeação para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, Feliciano lutou para aprovar o chamado projeto da 'cura gay'. A proposta suspende trecho da resolução do Conselho Federal de Psicologia de 1999 que proíbe profissionais da área de colaborar com eventos e serviços que ofereçam tratamento e cura de homossexualidade, além de vedar manifestação que reforcem preconceitos sociais em relação aos homossexuais. Fórum precisa ter um jornalista em Brasília em 2019. Será que você pode nos ajudar nisso? Clique aqui e saiba mais Durante o trâmite da proposta na Comissão, o ex-ator e hoje deputado federal eleito, Alexandre Frota (PSL/SP), disse que teria namorado Feliciano por dois anos e não entendia "as posições" do parlamentar. Em vídeo, tempos depois, Frota pediu perdão a Feliciano e disse que se tratava de brincadeira. Estupro, racismo, homofobia e misoginia Feliciano coleciona uma série de polêmicas que o alçou a se estabelecer como uma das principais lideranças do campo conservador no Congresso Nacional. Acusado de tentativa de estupro pela jornalista Patrícia Lelis, o pastor já fez declarações racistas, dizendo no Twitter que "africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!". Ainda pela rede social, ele disse que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam (sic) ao ódio, ao crime, à rejeição. Amamos os homossexuais, mas abominamos suas práticas promíscuas", em declaração claramente homofóbica, que fez com que ele respondesse a processo movido pelo então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no Supremo Tribunal Federal (STF). Fórum precisa ter um jornalista em Brasília em 2019. Será que você pode nos ajudar nisso? Clique aqui e saiba mais Em entrevista para o livro Religiões e política: uma análise da atuação dos parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e LGBTs no Brasil, o deputado fez uma declaração que causou repercussão negativa entre grupos de direitos das mulheres. "Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo, e que vão gozar dos prazeres de uma união e não vão ter filhos. Eu vejo de uma maneira sutil atingir a família; quando você estimula as pessoas a liberarem os seus instintos e conviverem com pessoas do mesmo sexo, você destrói a família, cria-se uma sociedade onde só tem homossexuais, você vê que essa sociedade tende a desaparecer porque ela não gera filhos", afirmou. Feliciano ainda é autor do projeto que obriga o ensino do criacionismo cristão em escolas públicas e privadas no Brasil. Agora que você chegou ao final desse texto e viu a importância da Fórum, que tal apoiar a criação da sucursal de Brasília? Clique aqui e saiba mais