AI-5: Presidente da OAB diz que existe um ditador enrustido na família Bolsonaro

Felipe Santa Cruz repudiou a declaração de Eduardo Bolsonaro incitando um novo AI-5 e disse que não só o deputado federal, mas também o presidente, defendem o caminho do fascismo

Felipe Santa Cruz - Foto: Divulgação
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O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, já foi vítima das grosserias e impropérios vindos da família do presidente da República. Jair Bolsonaro fez pauco caso da morte de seu pai, Fernando Santa Cruz, desaparecido durante o regime militar, dizendo que sabia como ele tinha sumido. Diante de mais um absurdo dito por um membro do clã Bolsonaro, Felipe se posicionou ao afirmar que tanto o presidente, quanto seus filhos, flertam com o fascismo. "Pela primeira vez eles deixam claro o querem: o caminho do fascismo. Não é apenas a de um deputado federal. É o pensamento do presidente da República. Como um clã no poder, a fala do presidente se dá através dos filhos. Há um ditador enrustido”, afirmou Felipe Santa Cruz em entrevista à Folha de S. Paulo. Eduardo Bolsonaro afirmou em uma entrevista a jornalista Leda Nagle que se houver no Brasil manifestações como as que estão ocorrendo no Chile, o governo pode tomar uma medida extrema e baixar um novo AI-5. “Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E uma resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de um plebiscito como ocorreu na Itália, alguma resposta vai ter que ser dada, porque é uma guerra assimétrica, não é uma guerra onde você tá vendo seu oponente do outro lado e você tem que aniquilá-lo, como acontece nas guerras militares. É um inimigo interno, de difícil identificação aqui dentro do país. Espero que não chegue a esse ponto né? Vamos temos que ficar atentos", declarou o filho do presidente. O Ato Institucional número cinco, de 1968, resultou no fechamento imediato e por tempo indeterminado do Congresso Nacional e das Assembleias nos estados. O decreto também deu poderes ao presidente para cassar mandatos e suspender direitos políticos em caráter permanente, além de ter institucionalizado as prisões arbitrárias, os assassinatos e as torturas.