Além de Braga Netto, parlamentares bolsonaristas também indicaram parentes para cargos no governo

Deputados e senadores aliados ao presidente justificam as nomeações alegando "capacidade técnica" e até "relação de amizade"

Deputado Wellington Roberto (PR-PB)/ Reprodução
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A nomeação da filha do ministro da Casa Civil, general Walter Souza Braga Netto, para cargo de gerência na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não foi um caso isolado do governo de Jair Bolsonaro. Diversos parlamentares aliados ao ex-capitão já indicaram parentes para postos no governo federal.

De acordo com reportagem do jornal O Globo, o governo nomeou na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), entidade vinculada ao Ministério da Saúde, ao menos três parentes de parlamentares: a esposa do líder do PL, Wellington Roberto (PB), Deborah Roberto; uma tia do deputado Gustinho Ribeiro (SD-SE), Maria Luiz Felix e, na superintendência do órgão na Paraíba, a mãe do líder da maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Virgínia Velloso Borges.

O filho do senador Elmano Férrer (PODE-PI), Leonardo Férrer, também ganhou cargo no governo federal. Ele foi nomeado ouvidor na Codevasf Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em maio deste ano. A representante dos trabalhadores da companhia foi contrária à indicação, alegando que o cargo deveria ser de um servidor de carreira.

Em abril de 2017, o deputado Julio Cesar (PSD-PI) indicou sua irmã, Jacqueline Carvalho Maia, na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ela é assessora da presidência da companhia, ligada ao Ministério da Agricultura.

Ao ser questionado sobre a nomeação, o deputado citou "relação de amizade" com a irmã. "Eu já fui diretor administrativo da Conab em 2001, e conhecendo lá as pessoas consegui uma indicação dela. Não foi critério político, foi mais pela relação de amizade, por eu conhecer as pessoas", disse.