Alvo do Sleeping Giants, site de fake news perde anúncios e fica sem campanha de financiamento

Ao menos 30 empresas já bloquearem propagandas após mobilização anti-fake news lançada nas redes

Reprodução
Escrito en POLÍTICA el

Criado no dia 18 de maio, o movimento Sleeping Giants Brasil já conseguiu que pelo menos 30 empresas bloqueassem seus anúncios no site de notícias falsas Jornal da Cidade Online (JCO). A atuação tem incomodado bolsonaristas e até mesmo a Secretaria de Comunicação (Secom) do governo Bolsonaro afirmou que vai ajudar o portal.

Até mesmo uma campanha de arrecadação lançada pelo JCO no site de financiamento coletivo Apoia-se foi alvo do Sleeping Giants e foi colocada "em revisão" pelo canal. O banner que aparece no site no lugar em que estavam os anúncios barrados redireciona para uma página (https://www.apoia.se/jornaldacidadeonline) que diz que a "campanha está em revisão".

O olavista Leandro Ruschel reclamou sobre a suspensão no Twitter: "Atenção! O site Apoia-se colocou a página do Jornal da Cidade Online em revisão. Em outras palavras, depois do ataque de desmonetização por grupos de esquerda, agora o site de financiamento coletivo boicota a publicação. Deixa sua mensagem de protesto ao Apoia-se".

O Apoie-se não comentou diretamente sobre a suspensão, mas soltou uma nota afirmando que busca "constantemente construir um ambiente seguro, saudável e respeitoso para toda a nossa comunidade".

No Twitter, o Sleeping Giants já conseguiu fazer com que ao menos 30 empresas se posicionassem contra o financiamento do site conhecido como um dos maiores propagadores de notícias falsas do Brasil, principalmente durante as eleições de 2018. O JCO já foi condenado a indenizar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, por fake news e, segundo a agência ‘Aos Fatos’, chegou a usar colunistas fake com fotos modificadas virtualmente.

Assim como o original, dos EUA, o movimento busca alertar as empresas de que a publicidade de seus produtos aparecem, de forma automática, em sites de extrema direita e/ou de fake news. Em quatro dias, a página já tem mais de 150 mil seguidores.

Governo Bolsonaro e Banco do Brasil

A adesão do Banco do Brasil ao movimento irritou bolsonaristas e fez o chefe da Secretaria de Comunicação do Governo (Secom), Fabio Wajngarten, anunciar que vai “contornar a situação”. Ele disse que defende a "mídia técnica" e que "pode contar com o governo na defesa da liberdade de expressão".

vereador Carlos Bolsonaro, apontado pela CPMI das fake news e por fontes ligadas a um inquérito sobre o tema no Supremo Tribunal Federal como responsável por comandar uma rede de desinformação e ataque a adversários, também não gostou da decisão do banco público. "Marketing do Banco do Brasil pisoteia em mídia alternativa que traz verdades omitidas", disse.

Após as críticas do filho do presidente e de Wajngarten, o banco público retomou o apoio ao site, segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo. O presidente do BB, Rubem Novaes, defendeu o desbloqueio. Ele foi indicado por Paulo Guedes para a presidência da estatal e defende a privatização.

O êxito do movimento gerou ainda uma onda de ataques virtuais promovidas pelas milícias digitais bolsonaristas, que mobilizaram tags e prometeram denunciar o perfil do movimento para tentar impedir a continuidade da iniciativa. Páginas alternativas ao Sleeping Giants também tem sido criadas para tentar atacar as entidades que cortaram os anúncios e veículos de imprensa contra o bolsonarismo.

Confira abaixo a lista da empresas e organizações que já cortaram o financiamento do JCO:

Dell, Telecine, Loft, Submarino, Banco do Brasil, Domestika, History Channel, Nuuvem.com, Pic Pay, Fast Shop, Philips, Tribunal de Contas do Mato Grosso do Sul, C&C Casa e Construção, Mobly, Cury Construtora, Quinto Andar, Fast Shop, Serasa, Livelo, Printi, PUC-RS, UNIASSELVI, Decathlon, EduMoreira.com.br, Petlove, McDonald's, Madeira Madeira, Buzzmonitor, Hotel Urbano, Folha de S. Paulo e Impacta.

https://twitter.com/apoiase/status/1263600160157970432