Aos 18 anos, Eduardo Bolsonaro ganhou cargo na Câmara com salário de R$ 9,8 mil

O filho do presidente ocupou remotamente o cargo de Brasília, mesmo sendo algo irregular pelas normas da Casa. Na época, ele cursava o primeiro semestre de Direito na UFRJ

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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Apenas três dias após ser aprovado para o curso de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eduardo Bolsonaro foi nomeado aos 18 anos para um cargo comissionado de período integral na liderança do então partido do pai na Câmara dos Deputados, o PTB. Mesmo sem a lei de nepotismo, normas da Casa vigentes à época declaram que o posto foi ocupado de forma irregular.

O cargo dado de presente ao filho do presidente só poderia ter sido preenchido por alguém que desse expediente no Congresso, já que esse tipo de cargo tem "por finalidade a prestação de serviços de assessoramento aos órgãos da Casa, em Brasília. Desse modo, [os servidores] não possuem a prerrogativa de exercerem suas atividades em outra cidade além da capital federal". No entanto, por um ano e quatro meses, o calouro de Direito ocupou um cargo que pagava o equivalente a R$ 9,8 mil por mês, em valores atuais, um rendimento maior que o de 98% dos brasileiros. O próprio pai admitiu o privilégio de Eduardo em um debate sobre nepotismo em 2005. "Já tive um filho empregado nesta Casa e não nego isso. É um garoto que atualmente está concluindo a Federal do Rio, uma faculdade, fala inglês fluentemente, é um excelente garoto. Agora, se ele fosse um imbecil, logicamente estaria preocupado com o nepotismo", disse Jair Bolsonaro. Com informações da BBC Brasil.