Após 13 dias, policiais amotinados do Ceará encerram greve

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Os policiais militares do Ceará decidiram encerrar na noite de hoje (1) o motim que durou 13 dias e gerou aumento da criminalidade no estado.

De acordo com o UOL, o governo e os amotinados chegaram a um acordo que não prevê anistia, mas punições mais leves a quem participou do movimento.

Segundo dados Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, o Ceará teve 29 mortes registradas entre as 6h de quarta (19) e às 6h de quinta (20). Os números extrapolam a média de 6 assassinatos por dia registradas no estado de 1º de janeiro a 18 de fevereiro.

Na semana anterior às negociações, policiais encapuzados fecharam a base na Ciopaer (Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas) e o BPRaio (Batalhão de Ronda e Ações Intensivas e Ostensivas) em Sobral, próxima a Fortaleza, onde o senador Cid Gomes foi baleado, após tentar entrar em um quartel montado em uma retroescavadeira.

Bolsonaro decidiu assinar um novo decreto para estender por mais uma semana a operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no Ceará, que vai até o próximo dia 6.

Moro, o Ministro da Justiça, afirmou ontem, durante palestra, que o motim de policiais militares no Ceará era "ilegal". Os policiais são proibidos por lei de entrar em greve.

"O governo federal vê com preocupação a paralisação, que é ilegal, da polícia militar no estado. É claro que o policial tem de ser valorizado. É claro que policial não pode ser tratado como criminoso. O que ele quer é cumprir a lei e não violar a lei, mas de fato é que essa paralisação é ilegal, é proibida pela Constituição. O Supremo Tribunal Federal já decidiu isso", disse Moro.

Após um encontro que durou 7 horas entre as autoridades e os amotinados, os policiais fizeram uma assembleia que durou uma hora e meia e acabou com a paralisação. Cabo Sabino, um dos líderes do movimento, seguiu se posicionando contra o fim do motim. No microfone, ele afirmou que "vocês [os PMs} acabaram de assinar minha demissão".