Após assassinato de Agatha, Crivella chama operações policiais de Witzel de "tentativas loucas"

Em pronunciamento no Palácio da Cidade, Crivella disse que policiais de Witzel sobem “o morro dando tiro para todo lado” e faz apelo ao governador

O prefeito Rio de Janeiro, Marcelo Crivella e o governador Wilson Witzel durante entrevista coletiva no Palácio Guanabara. (Foto: Philippe Lima/Governo do Estado do Rio de Janeiro)
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Ao se manifestar sobre o assassinato de Agatha Félix, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, criticou na manhã desta segunda-feira (23) a atuação das forças de segurança de Wilson Witzel, dizendo que policiais sobem “o morro dando tiro para todo lado”. No Palácio da Cidade, o prefeito pediu que o governador reveja a estratégia adotada para combater o crime nas comunidades, a qual ele chamou de "tentativas loucas". "O caso da menina Agatha é um momento de reflexão pra todos nós. É preciso da graça de Deus para que inocentes não tombem com essa tentativa louca, muitas vezes, de combater violência com violência. Nunca, na história da humanidade, a violência gerou a paz", criticou o prefeito. Crivella também mencionou o fato de que, apenas neste ano, as escolas municipais já foram fechadas mais de 700 vezes e tiveram as aulas canceladas por conta das ações policiais de Witzel. "Se as ações ocorrem depois do início do horário escolas, as crianças estão dentro das escolas, ficam apavoradas. Temos os protocolos de segurança que foram estabelecidos e ensaiados, mas é algo muito traumático", comentou. "Fica difícil formar novos cidadãos, ter bom índice no Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] se temos tantas aulas paradas. Se as ações são inevitáveis, que ocorram antes de iniciar o período escolas. É o apelo que faço", pediu o prefeito. Depois de mais de 24h do ocorrido, o governador Wilson Witzel soltou uma nota protocolar lamentando a morte de Agatha e alegando que os PMs revidaram a uma agressão que sofreram em confronto, reafirmando a versão da PMERJ. No entanto, moradores do Complexo do Alemão e familiares de Agatha afirmaram que não houve troca de tiros. Para discutir o caso, o governador Wilson Witzel marcou uma coletiva de imprensa para 14h desta segunda-feira com a presença dos chefes das polícias civil e militar.