Após conflito com governo, Maia exclui pacote anticrime de Moro de sua agenda na Câmara

“A minha agenda é a reforma da Previdência. Depois da Previdência, a nossa agenda é a reforma tributária e a repactuação do Estado brasileiro. É isso que queremos fazer”, declarou o presidente da Câmara

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Escrito en POLÍTICA el
Depois do atrito com Jair Bolsonaro e outros integrantes do governo em que se viu envolvido, Rodrigo Maia (DEM-RJ) resolveu endurecer. O presidente da Câmara deixou claro que o pacote anticrime de Sérgio Moro, ministro da Justiça, está fora da agenda e não terá vez na pauta da Casa, pelo menos tão cedo. O ex-juiz encaminhou seu pacote - o qual Maia já chamou de “copia e cola” de um projeto do atual ministro do Supremo Tribunal Federal (SRF), Alexandre de Moraes - para ser apreciado pelos deputados federais em fevereiro, antes do projeto de reforma da Previdência, e contava com rapidez na tramitação. “A minha agenda é a reforma da Previdência”, declarou Maia. “Depois da Previdência, a nossa agenda é a reforma tributária e a repactuação do Estado brasileiro. É isso que queremos fazer. De que forma o governo vai ou não participar não é um problema meu, é um problema do Executivo”, afirmou o presidente da Câmara, sem mencionar o projeto anticrime de Moro. “Esse é o grande objetivo de todos no Brasil, organizar as contas do Estado brasileiro”. Irritação Moro não escondeu sua irritação pelo fato de Maia ter enviado o projeto anticrime para análise em um colegiado de deputados com prazo de 90 dias para a conclusão dos trabalhos, renováveis por mais 90. Contudo, o presidente da Câmara acenava com a possibilidade de colocá-lo como uma de suas prioridades, logo após a votação da reforma da Previdência. Mas, agora, a tendência é que a matéria seja esquecida por hora. Um projeto de reforma tributária, mencionado pelo deputado do DEM como sua próxima prioridade depois da Previdência, ainda nem foi apresentado pelo governo federal. Nossa sucursal em Brasília já está em ação. A Fórum é o primeiro veículo a contratar jornalistas a partir de financiamento coletivo. E para continuar o trabalho precisamos do seu apoio. Saiba mais.